Progresso e soberania
A Direcção da Organização Regional do Porto do PCP assinalou, com um comunicado, a revolta republicana que teve lugar há 124 anos, sublinhando o que ela representou de «luta contra a miséria que atingia sobretudo as classes trabalhadoras e que era agravada por uma crise financeira que tinha colocado o País à beira da bancarrota». O PCP lembra ainda que, nessa época, à «fome e pobreza acrescia ainda a profunda indignação que o povo português sentiu aquando da submissão da Casa Real às imposições britânicas», de que o célebre ultimato foi o ponto alto.
Desta situação resultou o apoio à causa republicana como «caminho para o progresso, a democracia, a justiça e o resgate da dignidade da Pátria ultrajada». Era este o objectivo que unia militares e civis sublevados, que «receberam o apoio entusiástico da população do Porto», recorda o Partido, para quem hoje estão a ser impostas ao povo português a «degradação da democracia e soberania nacionais» e uma «nova submissão a um “protectorado” constituído pelas potências europeias dominantes».
O contexto actual, de «submissão do povo e do País à política da troika nacional – PS, PSD e CDS – e troika estrangeira – FMI, UE e BCE – sempre com o apoio do Presidente da República», exorta à luta em defesa dos «mesmos desígnios de 1891: liberdade, democracia, emancipação social, dignidade da pátria». Neste aniversário, o PCP apela ao povo português para que não se resgine, para que acredite e luta pela ruptura com este rumo, «pelo cumprimento da Constituição da República Portuguesa».