José Moreira
A Comissão de Freguesia de Vieira de Leiria do PCP assinalou o 65.º aniversário do assassinato, pela PIDE, de José Moreira, dirigente do Partido natural desta freguesia do concelho da Marinha Grande. A homenagem constou da deposição de uma coroa de flores na lápide existente na rua que tem o seu nome.
Na ocasião, o responsável pela organização partidária na freguesia, Saul Fragata, enalteceu a firmeza e a coragem deste herói do Partido que morreu na tortura, em Janeiro de 1950, para que o que considerava o «coração da luta popular» – as tipografias clandestinas – não caísse nas garras da PIDE. Operário vidreiro, José Moreira tornou-se funcionário do Partido em 1945, passando desde logo a trabalhar no aparelho de imprensa, sendo o responsável pela ligação às tipografias.
Nesta tarefa complexa e árdua, revela a dedicação e criatividade necessárias para ultrapassar os inúmeros obstáculos que se colocavam à impressão e distribuição do Avante! e da restante imprensa. Chegava a percorrer por mês, de bicicleta, mais de 2500 quilómetros para que os jornais e folhetos chegassem ao seu destino: as organizações do Partido e as massas populares.
Preso em Torres Novas no início de 1950, na sequência de uma denúncia, José Moreira resistiu às brutais torturas com que a PIDE lhe pretendia arrancar a localização das tipografias. Não falou. Mas não sobreviveu. A sinistra polícia tentou encenar um suicídio, atirando-o da janela da sua sede, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa. Mas não conseguiu apagar aquele que foi mais um hediondo crime do fascismo.