Aprovada pelos deputados comunistas, noutro plano ainda, foi a apresentação de duas iniciativas legislativas no domínio da agricultura, sector que tal como as pescas mereceu atenta análise das Jornadas. Uma, diz respeito à defesa dos produtores nacionais, visando preços justos e a protecção do mercado nacional; a outra, refere-se à Carta da Agricultura Familiar, dando resposta às necessidades da pequena e média lavoura; prometido foi também manter pressão alta sobre o Governo para que este cumpra as medidas contidas em resoluções já aprovadas pela AR quanto ao pleno desenvolvimento agrícola do Baixo Vouga Lagunar.

Baixos preços à produção, elevado custo dos factores de produção, fim das quotas leiteiras, uma PAC que favorece os agricultores do Norte europeu em detrimento dos portugueses, eis algumas das dificuldades com que se confronta o sector.

«Portugal tem um Governo sempre ao lado dos grandes interesses (grandes proprietários, grande indústria, grande distribuição) e sempre contra a pequena produção e a agricultura familiar», lê-se nas conclusões das Jornadas, numa síntese que explica afinal por que razão uns lutam pela sobrevivência e outros «acumulam grossos rendimentos».