No centenário do seu nascimento

Homenagem a Manuel da Fonseca

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A Assembleia da República assinalou recentemente o centenário do nascimento dessa «figura relevante da história da cultura portuguesa» que é Manuel da Fonseca aprovando, por unanimidade, um voto de saudação onde homenageia o «escritor genial», o «cidadão exemplar que amava a vida e a verdade e detestava a hipocrisia», o «militante comunista que deu exemplo de firmeza ideológica e partidária».

Falando da obra literária do escritor nascido a 13 de Outubro de 1911, em Santiago do Cacém, o texto, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PCP, sublinha que «os seus romances, os seus contos, os seus poemas ficarão como momentos maiores da nossa literatura».

Lembradas são as suas raízes familiares camponesas e operárias, convergindo com ligações às artes e à cultura, que o levaram aos primeiros contactos com os livros, num percurso de vida que o conduziu depois para Lisboa, onde viria a desenvolver na década de 30 laços de amizade e grande camaradagem com muitos outros jovens que viriam a ter presença destacada na vida política e cultural, entre eles Keil do Amaral, Maria Keil, Mário Dionísio, Alves Redol, Ferreira de Castro, Bento de Jesus Caraça, Armindo Rodrigues e Manuel Ribeiro de Pavia.

Da sua extensa obra, desde o primeiro livro de poemas – Rosa dos Ventos, publicado em 1940 – até aos romances e poemas que têm como protagonista central o Alentejo e a luta do seu povo, fala ainda o voto aprovado pelo Parlamento, onde se refere também que Manuel da Fonseca, «expoente maior do neo-realismo português», fez da sua obra literária «instrumento de luta contra o fascismo e parte integrante da luta de massas, constituindo as suas obras expressões dos anseios e aspirações dos trabalhadores e do povo».

«Assumindo uma inequívoca posição antifascista e uma clara opção pelo socialismo e pelo comunismo, torna-se militante do PCP nos anos 40 na sequência dos contactos já existentes desde os anos 30 e do convívio com outros intelectuais comunistas, designadamente Soeiro Pereira Gomes e Alves Redol», recorda o voto aprovado pelos deputados.

 



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