Modelo de avaliação dos docentes

Não aprender com os erros

«Estamos disponíveis para construir não para destruir, estamos disponíveis para melhorar e aperfeiçoar, não para ajustar contas com o passado.» Foi nestes termos que José Sócrates definiu, em síntese, a sua posição sobre o sistema de avaliação e o estatuto da carreira docente.
A suspensão do modelo de avaliação, defendida por todos os partidos da oposição, essa, enfatizou, «seria totalmente irresponsável». Garantiu ainda, dramatizando, que tal passo representaria um «retrocesso que não tem nenhum sentido» e significaria «deitar para o lixo todo o trabalho que foi feito».
Reagindo às posições irredutíveis do chefe do Governo, o deputado comunista António Filipe começou por lhe explicar que há de facto uma «posição destrutiva e uma posição construtiva». Só que no caso em apreço a «posição destrutiva é manter aquilo que está», enquanto que a «posição construtiva é arranjar uma alternativa ao mal que foi feito».
«O primeiro-ministro fala sobre esta matéria como se o Governo em matéria de estatuto da carreira docente e de avaliação de professores tivesse alguma obra de mérito, que fosse elogiada por alguém. Não é. O Governo nesta matéria não deixa obra, deixa escombros e a questão é saber o que se faz sobre os escombros que o Governo deixou, a de saber se aceita substituir este modelo por um regime de avaliação que seja formativo, orientado para melhorar o desempenho», defendeu o parlamentar comunista, assinalando, por fim, que «se o Governo vem para este debate dizer que o seu modelo de avaliação é o único possível, essa é uma posição destrutiva, não tem nada de construtivo».


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