Mais perto dos trabalhadores

Esclarecer e mobilizar

À boleia da crise, muitas empresas aproveitam para agravar ainda mais as condições de trabalho e de exploração dos trabalhadores. Em muitas delas, o PCP denuncia a situação.

A crise não pode ser só para os trabalhadores

Na edição de Abril de O Faísca, boletim da célula do PCP na Autoeuropa, os comunistas acusam a empresa de pretender passar para os trabalhadores o ónus da crise, como se fossem estes os responsáveis por ela. «Apesar da Autoeuropa estar longe de laborar todos os 15 turnos que poderia durante a semana, a administração insiste em impor o pagamento do trabalho ao sábado a singelo», acusa a célula. Mas não é tudo, pois o «fantasma do desemprego ou paragem» volta a ser agitado como «arma de chantagem para que se aceite a redução de direitos». E já não apenas contra os contratados mas também contra os «excedentários».
No boletim, os comunistas publicam excertos da notícia editada no jornal alemão Der Spiegel que dá conta dos aumentos de rendimento dos administradores do grupo Volkswagen. A remuneração dos cinco principais gestores aumentou de cerca de 16,5 milhões em 2007 para 45,4 milhões em 2008.
Face a isto, os comunistas pretendem saber qual a situação na Autoeuropa. «Quais os rendimentos dos administradores com os seus chorudos salários, viaturas de serviço para cada, cartão de crédito, que prémios recebem?» Em nome da transparência, garantem, «era bom que tudo fosse conhecido».

Famalicão

Já a Comissão Concelhia de Vila Nova de Famalicão realizou recentemente uma acção de contacto com os trabalhadores da Continental Mabor e da Actaris-Reguladora. No folheto distribuído aos trabalhadores da Mabor, os comunistas apelavam a que se mantivessem «unidos em torno do seu sindicato de classe» e rejeitassem as «propostas que visam desregulamentar as relações e os horários de trabalho».
Alertando para as empresas que a propósito da crise querem impor aos trabalhadores o aumento da exploração, através do lay-off, da extinção de turnos ou do banco de horas, o PCP acusa a administração da Mabor de procurar «transferir para os trabalhadores as consequências dos seus actos de gestão e da profunda crise do capitalismo», apesar de ter encaixado, nos últimos anos, «milhões de euros de apoios do Estado e da autarquia» - 18,7 milhões só em 2006.
No caso da Actaris-Reguladora, a administração eliminou um turno, retirando o respectivo subsídio de turno e o de refeição, para apenas duas semanas depois, procurar impor aos trabalhadores horas extraordinárias com recurso ao «banco de horas». Sempre escudados, acusam os comunistas, pelo apoio do Governo do PS e do seu Código do Trabalho.

Caldas da Rainha

Nas Caldas da Rainha, o PCP distribuiu um comunicado aos trabalhadores da Schaeffler, ex-Rol, onde apela para unidade e solidariedade entre eles para «melhor defenderem os postos de trabalho, os salários e os direitos».
Os comunistas lembram que a empresa começou por despedir os trabalhadores contratados através de empresas de trabalho temporário e a estes seguiram-se os contratados. Agora, a administração começou a fazer propostas aos trabalhadores com mais de 57 anos, dando-lhes apenas uma carta para o subsídio de desemprego, alegando «inadaptação tecnológica».
Os comunistas alertam os trabalhadores para a «mais que provável tentativa de liquidação de postos de trabalho por parte da administração». Até porque o compromisso entre a empresa-mãe e os sindicatos alemães de não haver despedimentos pode apenas dizer respeito às unidades do grupo nesse país.
Na opinião dos comunistas, o grupo acumulou elevados lucros no último ano, que o levaram à aquisição da Continental Mabor. Este foi, para o PCP, um mau negócio, mas que não impediu o pagamento de «prémios chorudos aos engenheiros da fábrica relativos ao ano de 2008».


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