A luta determinará o futuro
«O País e a Crise: causas, consequências e respostas» foi o mote para o debate realizado no Porto, no passado dia 3 de Abril, com a presença do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
Esta crise reflecte as contradições do sistema capitalista
Coube ao Secretário-geral do Partido a abertura e o fecho da sessão, promovida pela Direcção da Organização Regional do Porto do PCP. Na primeira intervenção, Jerónimo de Sousa foi peremptório ao afirmar que, ao nível internacional e do País, se continuam «a revelar insuficientes os planos anti-crise».
O dirigente comunista, referindo-se à muito mediatizada reunião do G20, onde se decidiu a injecção de muitos milhões de euros para supostamente combater a crise, interrogou-se acerca de «para quem vai o dinheiro», e, sobretudo, «com que orientação política». Para Jerónimo de Sousa, é claro que continuam «os mesmíssimos problemas» porque «a política não mudou», e a actual situação só «irá mudar com a luta dos povos e dos trabalhadores». A reunião do G20, continuou, «está longe de ter encontrado a resposta necessária capaz de enfrentar os graves problemas económicos e sociais com que o mundo está confrontado».
Para Pedro Carvalho, economista e militante do PCP, «é evidente» que o mundo está a viver «a maior crise mundial desde a Grande Depressão dos anos 30 do século passado». Em sua opinião, esta crise, como outras que a antecederam, é reflexo das contradições e limites do modo de produção capitalista.
Pedro Carvalho ilustrou a grave situação em que o mundo se encontra ao afirmar que, entre outros indicadores, se prevê «uma redução do comércio mundial de 13,2 por cento em 2009, ou seja, a maior redução dos últimos 80 anos». O número de desempregados nos sete países mais industrializados será de 36 milhões de trabalhadores em 2010, «quase o dobro face a 2007».
O economista acrescentou ainda que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, «o número de desempregados a nível mundial pode atingir os 240 milhões, sem ter em conta as centenas de milhões de trabalhadores pobres/vulneráveis e as centenas de milhões de excluídos do “mercado” de trabalho».
A busca de um País melhor
Honório Novo, deputado do PCP na Assembleia da República, relembrou que a crise em Portugal «já existia antes da crise internacional», e com grande incidência nos primeiros anos do mandato do actual Governo PS/Sócrates. Para este dirigente comunista, no seguimento de políticas erradas radica grande parte da responsabilidade da grave situação que o País atravessa, com enormes prejuízos para os trabalhadores e a população em geral.
O parlamentar exemplificou com a última revisão do Código do Trabalho e com o ataque aos serviços Públicos, claramente visível nos encerramentos de escolas, serviços de urgência e centros de saúde, descurando totalmente os recursos humanos do País, nomeadamente no sector público.
Através da intervenção do historiador Manuel Loff foi possível aos presentes ouvirem uma descrição do comportamento do sistema capitalista, sobretudo no século XX, e a «sua» reacção às crises, nomeadamente à crise mundial dos anos 30 do século passado. Desde as políticas de redução de despesa pública à diminuição efectiva de salários e apoios sociais, Manuel Loff referiu que foi nesse contexto que se assistiu ao surgimento do fascismo e do nazi-fascismo, culminando na II Guerra Mundial, a que se seguiu nova expansão capitalista e imperialista.
Além dos oradores previstos, mais intervenientes oriundos do público (sendo este composto por cerca de centena e meia de pessoas que seguiram atentamente o debate) tiveram a hipótese de dar o seu contributo. Entre outras referências, foi realçada a particular incidência da crise na região Norte, historicamente mais vulnerável de que o resto do País, como o demonstra, por exemplo, o facto de a média do poder de compra estar 15 por cento abaixo da média nacional.
As dificuldades enormes dos trabalhadores, expressas na precariedade, baixos salários e perda de poder de compra, foram também expressas pelos intervenientes, evidenciando uma dramática situação social.
O Secretário-geral do PCP, na intervenção de encerramento, lembrou, reconfirmando as intervenções do público, os mais de 12 por cento de taxa de desemprego, o aumento da precariedade e o ressurgimento da emigração no Norte do País. Uma situação gravíssima que Jerónimo de Sousa afirmou não acontecer «só por causa da crise que entretanto se desenvolveu», mas sim, em grande parte, «resultante da política de direita do Governo PS».
O dirigente comunista considerou ainda que a luta dos trabalhadores e das populações é um elemento fundamental para a ruptura com as políticas de direita. Um PCP mais forte, com uma CDU com mais votos e mandatos é um elemento imprescindível para a procura de um País melhor, concluiu.
O dirigente comunista, referindo-se à muito mediatizada reunião do G20, onde se decidiu a injecção de muitos milhões de euros para supostamente combater a crise, interrogou-se acerca de «para quem vai o dinheiro», e, sobretudo, «com que orientação política». Para Jerónimo de Sousa, é claro que continuam «os mesmíssimos problemas» porque «a política não mudou», e a actual situação só «irá mudar com a luta dos povos e dos trabalhadores». A reunião do G20, continuou, «está longe de ter encontrado a resposta necessária capaz de enfrentar os graves problemas económicos e sociais com que o mundo está confrontado».
Para Pedro Carvalho, economista e militante do PCP, «é evidente» que o mundo está a viver «a maior crise mundial desde a Grande Depressão dos anos 30 do século passado». Em sua opinião, esta crise, como outras que a antecederam, é reflexo das contradições e limites do modo de produção capitalista.
Pedro Carvalho ilustrou a grave situação em que o mundo se encontra ao afirmar que, entre outros indicadores, se prevê «uma redução do comércio mundial de 13,2 por cento em 2009, ou seja, a maior redução dos últimos 80 anos». O número de desempregados nos sete países mais industrializados será de 36 milhões de trabalhadores em 2010, «quase o dobro face a 2007».
O economista acrescentou ainda que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, «o número de desempregados a nível mundial pode atingir os 240 milhões, sem ter em conta as centenas de milhões de trabalhadores pobres/vulneráveis e as centenas de milhões de excluídos do “mercado” de trabalho».
A busca de um País melhor
Honório Novo, deputado do PCP na Assembleia da República, relembrou que a crise em Portugal «já existia antes da crise internacional», e com grande incidência nos primeiros anos do mandato do actual Governo PS/Sócrates. Para este dirigente comunista, no seguimento de políticas erradas radica grande parte da responsabilidade da grave situação que o País atravessa, com enormes prejuízos para os trabalhadores e a população em geral.
O parlamentar exemplificou com a última revisão do Código do Trabalho e com o ataque aos serviços Públicos, claramente visível nos encerramentos de escolas, serviços de urgência e centros de saúde, descurando totalmente os recursos humanos do País, nomeadamente no sector público.
Através da intervenção do historiador Manuel Loff foi possível aos presentes ouvirem uma descrição do comportamento do sistema capitalista, sobretudo no século XX, e a «sua» reacção às crises, nomeadamente à crise mundial dos anos 30 do século passado. Desde as políticas de redução de despesa pública à diminuição efectiva de salários e apoios sociais, Manuel Loff referiu que foi nesse contexto que se assistiu ao surgimento do fascismo e do nazi-fascismo, culminando na II Guerra Mundial, a que se seguiu nova expansão capitalista e imperialista.
Além dos oradores previstos, mais intervenientes oriundos do público (sendo este composto por cerca de centena e meia de pessoas que seguiram atentamente o debate) tiveram a hipótese de dar o seu contributo. Entre outras referências, foi realçada a particular incidência da crise na região Norte, historicamente mais vulnerável de que o resto do País, como o demonstra, por exemplo, o facto de a média do poder de compra estar 15 por cento abaixo da média nacional.
As dificuldades enormes dos trabalhadores, expressas na precariedade, baixos salários e perda de poder de compra, foram também expressas pelos intervenientes, evidenciando uma dramática situação social.
O Secretário-geral do PCP, na intervenção de encerramento, lembrou, reconfirmando as intervenções do público, os mais de 12 por cento de taxa de desemprego, o aumento da precariedade e o ressurgimento da emigração no Norte do País. Uma situação gravíssima que Jerónimo de Sousa afirmou não acontecer «só por causa da crise que entretanto se desenvolveu», mas sim, em grande parte, «resultante da política de direita do Governo PS».
O dirigente comunista considerou ainda que a luta dos trabalhadores e das populações é um elemento fundamental para a ruptura com as políticas de direita. Um PCP mais forte, com uma CDU com mais votos e mandatos é um elemento imprescindível para a procura de um País melhor, concluiu.