Manifesto do futuro
Publicado pela primeira vez em Londres em 1848, o Manifesto do Partido Comunista é uma obra conjunta de Karl Marx e Friederich Engels, encarregues pelo II Congresso da Liga dos Comunistas, realizado entre Novembro e Dezembro de 1847, de redigir os princípios fundamentais do movimento comunista.
Escrito no contexto de uma forte ascensão da luta da classe operária e dos trabalhadores na Europa, o Manifesto surge como resultado da análise concreta da realidade, indicando, simultaneamente, não só a exigência mas também a possibilidade da sua transformação radical. Sob uma perspectiva de classe, desvenda as relações sociais e a história, fundamentando o projecto económico, social, político e cultural revolucionário dos comunistas, os quais se batem no interesse do proletariado e conferem ao seu movimento um carácter «autónomo da imensa maioria no interesse da imensa maioria».
No Manifesto, Marx e Engels fundem o socialismo científico com o movimento operário e dotam de uma teoria de vanguarda o partido político da classe operária, passo de importância tal que Lénine haveria de concluir em Que Fazer? que «sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário».
Face à burguesia, a classe operária tem agora um programa próprio, uma organização revolucionária internacionalista, e assume a tarefa histórica de «coveira» do modo de produção capitalista. No lugar da exploração do homem pelo homem, o proletariado propõe-se construir uma sociedade sem classes.
«Já é tempo de os comunistas exporem abertamente perante o mundo inteiro o seu modo de ver, os seus objectivos, as suas tendências, e de contraporem à lenda do espectro do comunismo um Manifesto do seu próprio partido», diz o texto de Marx e Engels, que ali demonstram claramente que o comunismo não se afirma na idílica ilusão de um paraíso desejado, mas na expressão da luta de classes que molda o curso da história e a sociedade capitalista, colocando em evidência a guerra, ora latente, ora aberta, entre os que detêm os meios de produção e os que nada mais têm que a sua força de trabalho para vender. A afirmação conserva-se plena de actualidade.
Como actuais continuam os aspectos estruturais de uma realidade injusta, predatória e exploradora apontados no Manifesto, instrumento de orientação política e arma de combate nas mãos da classe operária e de todos os trabalhadores.
Válido e actual
«O Manifestoz é um extraordinário libelo acusatório contra o capitalismo.
«Não apenas indiciando a situação da classe operária e das massas trabalhadoras: os salários injustos, o desemprego, o tempo e intensidade de trabalho, as discriminações e falta de direitos da mulher, o trabalho infantil, os problemas da habitação e da saúde, o alastramento da pobreza e da miséria. Não apenas apontando medidas necessárias de carácter imediato. Mas também desvendando a natureza e as leis do capitalismo e apontando a necessidade e possibilidade histórica de superá-lo». A apreciação de Álvaro Cunhal em artigo escrito para O Militante por ocasião dos 150 anos do Manifesto Comunista mantém nos dias de hoje aguda actualidade.
160 anos depois da primeira edição do Manifesto do Partido Comunista – marcados por guerras mundiais, coloniais e de rapina que devastaram e devastam regiões inteiras, custaram e custam a vida a centenas de milhões de pessoas, procuraram e procuram subjugar povos inteiros; por criminosos regimes fascistas e ditaduras genocidas; pelo esgotamento de recursos naturais do planeta e pela degradação do ambiente; pelo agravamento das assimetrias globais, da miséria e da exploração e opressão de classe –, a verdade é que, como apontava Álvaro Cunhal em 1998, o capitalismo «nem sequer resolveu um único dos graves problemas da classe operária e das massas oprimidas apontados no Manifesto», por isso, continuava, «o que tem por diante não é o fim da luta de classes mas um novo e inevitável fluxo da luta dos trabalhadores e dos povos e novas explosões revolucionárias».
Importa sublinhar a contemporaneidade do Manifesto e, como notava ainda Álvaro Cunhal, a validade dos seus «princípios fundamentais», os quais «continuam não só a explicar o mundo, mas também a indicar como transformá-lo.
«Válidos os princípios fundamentais do materialismo dialéctico que, rejeitando verdades absolutas e eternas, confia no conhecimento científico.
«Válida a confiança no conhecimento das realidades exteriores ao ser humano dispensando a imaginativa crença em forças sobrenaturais que testemunha a insuficiência do saber.
«Válida a descoberta do modo de produção, das relações de produção, como determinante “em última instância” da vida social.
«Válido que uma política de classe, de exploração e opressão de classe, é característica da política dos governos dos Estados capitalistas.
«Válidos os princípios fundamentais da teoria económica, nomeadamente da teoria da mais-valia “pedra angular da teoria económica de Marx”.
«Válido que o capitalismo, tal como sistemas anteriores, contêm contradições que, em determinado momento histórico, conduzem à sua substituição e que, como indica o Manifesto Comunista, entrámos num tal momento histórico.
«Válido o objectivo, a necessidade e a possibilidade de construir uma sociedade nova, que liquide a exploração do homem pelo homem, que erradique as grandes desigualdades, injustiças e flagelos sociais».
No Manifesto, Marx e Engels fundem o socialismo científico com o movimento operário e dotam de uma teoria de vanguarda o partido político da classe operária, passo de importância tal que Lénine haveria de concluir em Que Fazer? que «sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário».
Face à burguesia, a classe operária tem agora um programa próprio, uma organização revolucionária internacionalista, e assume a tarefa histórica de «coveira» do modo de produção capitalista. No lugar da exploração do homem pelo homem, o proletariado propõe-se construir uma sociedade sem classes.
«Já é tempo de os comunistas exporem abertamente perante o mundo inteiro o seu modo de ver, os seus objectivos, as suas tendências, e de contraporem à lenda do espectro do comunismo um Manifesto do seu próprio partido», diz o texto de Marx e Engels, que ali demonstram claramente que o comunismo não se afirma na idílica ilusão de um paraíso desejado, mas na expressão da luta de classes que molda o curso da história e a sociedade capitalista, colocando em evidência a guerra, ora latente, ora aberta, entre os que detêm os meios de produção e os que nada mais têm que a sua força de trabalho para vender. A afirmação conserva-se plena de actualidade.
Como actuais continuam os aspectos estruturais de uma realidade injusta, predatória e exploradora apontados no Manifesto, instrumento de orientação política e arma de combate nas mãos da classe operária e de todos os trabalhadores.
Válido e actual
«O Manifestoz é um extraordinário libelo acusatório contra o capitalismo.
«Não apenas indiciando a situação da classe operária e das massas trabalhadoras: os salários injustos, o desemprego, o tempo e intensidade de trabalho, as discriminações e falta de direitos da mulher, o trabalho infantil, os problemas da habitação e da saúde, o alastramento da pobreza e da miséria. Não apenas apontando medidas necessárias de carácter imediato. Mas também desvendando a natureza e as leis do capitalismo e apontando a necessidade e possibilidade histórica de superá-lo». A apreciação de Álvaro Cunhal em artigo escrito para O Militante por ocasião dos 150 anos do Manifesto Comunista mantém nos dias de hoje aguda actualidade.
160 anos depois da primeira edição do Manifesto do Partido Comunista – marcados por guerras mundiais, coloniais e de rapina que devastaram e devastam regiões inteiras, custaram e custam a vida a centenas de milhões de pessoas, procuraram e procuram subjugar povos inteiros; por criminosos regimes fascistas e ditaduras genocidas; pelo esgotamento de recursos naturais do planeta e pela degradação do ambiente; pelo agravamento das assimetrias globais, da miséria e da exploração e opressão de classe –, a verdade é que, como apontava Álvaro Cunhal em 1998, o capitalismo «nem sequer resolveu um único dos graves problemas da classe operária e das massas oprimidas apontados no Manifesto», por isso, continuava, «o que tem por diante não é o fim da luta de classes mas um novo e inevitável fluxo da luta dos trabalhadores e dos povos e novas explosões revolucionárias».
Importa sublinhar a contemporaneidade do Manifesto e, como notava ainda Álvaro Cunhal, a validade dos seus «princípios fundamentais», os quais «continuam não só a explicar o mundo, mas também a indicar como transformá-lo.
«Válidos os princípios fundamentais do materialismo dialéctico que, rejeitando verdades absolutas e eternas, confia no conhecimento científico.
«Válida a confiança no conhecimento das realidades exteriores ao ser humano dispensando a imaginativa crença em forças sobrenaturais que testemunha a insuficiência do saber.
«Válida a descoberta do modo de produção, das relações de produção, como determinante “em última instância” da vida social.
«Válido que uma política de classe, de exploração e opressão de classe, é característica da política dos governos dos Estados capitalistas.
«Válidos os princípios fundamentais da teoria económica, nomeadamente da teoria da mais-valia “pedra angular da teoria económica de Marx”.
«Válido que o capitalismo, tal como sistemas anteriores, contêm contradições que, em determinado momento histórico, conduzem à sua substituição e que, como indica o Manifesto Comunista, entrámos num tal momento histórico.
«Válido o objectivo, a necessidade e a possibilidade de construir uma sociedade nova, que liquide a exploração do homem pelo homem, que erradique as grandes desigualdades, injustiças e flagelos sociais».