Organizar para crescer e intervir
A política de direita e as suas consequências no país e na região, o balanço do trabalho realizado e a definição das tarefas futuras foram os temas abordados na VI AOR do Algarve.
«No Algarve o sol ainda não brilha para todos os que lá habitam e trabalham»
Sexta-feira, 1 de Dezembro, feriado nacional, ainda para mais acrescentando um dia ao fim-de-semana, foi para os comunistas algarvios...dia de trabalho. Trabalho em torno da análise das principais consequências da política de direita seguida pelos sucessivos governos no País e na região; no balanço da Organização e na definição de caminhos a seguir tendo em vista o seu reforço; em suma, porque mais de 200 militantes, entre delegados e convidados, participaram empenhados na VI Assembleia da Organização Regional do Algarve do PCP.
Presentes, também, os aliados de quem discute para melhor lutar e luta para transformar para melhor: os representantes do Partido Ecologista «Os Verdes», da Intervenção Democrática e da União de Sindicatos do Algarve.
Na súmula das cerca de três dezenas de intervenções e na Resolução Política aprovada por unanimidade pelo conclave comunista, resulta claro que no Algarve o sol ainda não brilha para todos os que lá habitam e trabalham. A acção do executivo PS/Sócrates mantém e agrava as linhas até aqui seguidas pelos seus antecessores, fazendo dos trabalhadores e das populações o alvo principal das suas medidas e empurrando o Algarve para o ranking das regiões deprimidas.
Ao nível dos direitos de quem cria riqueza, basta dizer que na «capital europeia da precariedade laboral» os baixos salários também fazem mossa, servindo de exemplo o facto dos concelhos de Lagos, Silves e Tavira registarem remunerações inferiores à média nacional em 21,5, 18 e 23 por cento, respectivamente.
O modelo voltado quase em exclusividade para o turismo e assente em baixos salários, supressão de direitos e destruição do tecido produtivo – com destaque para a situação das pescas e dos pescadores, para o abandono do mundo rural e sub-aproveitamento das potencialidades agrícolas regionais - foi também muito criticado pelos comunistas.
Sem virar a cara à luta
O facto das condições de vida e de trabalho no Algarve terem sofrido um agravamento nos últimos anos levou a que trabalhadores e populações se lançassem na luta. Entre os mais destacados combates, sublinharam-se os protestos na Carmo e Braz, no Casino de Montegordo e na ENATUR.
Na dinamização destas e doutras batalhas estiveram os comunistas, «em Silves, Faro, Tavira, Vila Real ou Alcoutim contra o fecho ou privatização de serviços de saúde; contra o aumento dos preços da água em Portimão; pela exigência de medidas que protejam o marisqueiro e a Ria Formosa, em Olhão, ou a protecção ambiental do Alvor, em Portimão; pela concretização de obras sentidas pelas populações e necessárias ao desenvolvimento no caso de Alcoutim e Castro Marim; contra o atropelo ambiental no caso da Praia de S. Rafael, em Albufeira; contra o estado de degradação da Fortaleza de Sagres, em Vila do Bispo», enunciou Rui Fernandes.
O responsável pela OR do Algarve lembrou ainda que o Partido tem também intervindo no plano institucional. A acção na Assembleia da República «constitui um capital importante na medida em que saibamos ir junto das populações, articulando o trabalho institucional com o trabalho de massas».
Colectivo reforçado
Em ano de reforço do Partido, os dados e orientações apuradas na AOR do Algarve abrem boas perspectivas para a concretização com sucesso das linhas definidas pelo PCP nesta matéria.
Da composição da nova Direcção Regional, sublinham-se a entrada de novos membros, cerca de 27 por cento do total; o aumento do número de mulheres na estrutura directiva, de 18 para quase 27 por cento; e a descida da média etária para os 47 anos.
Facto igualmente digno de nota é a duplicação do número de efectivos operários entre os 45 membros da DORAL agora eleita, de 6 para 12, representando 26,7 por cento. No somatório de operários, pescadores e empregados, obtemos agora 64,5 por cento da direcção comunista algarvia.
Passos decisivos
O crescimento e enraizamento da organização também tem sido uma realidade, por isso não é de estranhar que o recebimento de quotização e a venda da imprensa do Partido tenha registado melhoria. A entrada de mais militantes nos últimos dois anos que nos sete anteriores é revelador dos sucessos alcançados, sucessos reflectidos ainda porque, nas serras e aldeias do interior algarvio, onde o Partido não tinha ninguém e enfrentava dificuldades de trabalho e implantação, agora já existem militantes e, portanto, já existe Partido pronto para a luta.
Muito embora os passos agora empreendidos permitam olhar para a organização com rejuvenescida confiança revolucionária, a Resolução Política não deixa de identificar caminhos de trabalho que importa, mais que nunca, prosseguir, entre os quais, a criação de estruturas freguesias, junto dos trabalhadores nas empresas e autarquias e voltadas para os sectores profissionais; a responsabilização de mais camaradas, sobretudo jovens; a criação de uma rede de contactos regular entre os militantes e activistas; o alargamento da influência no seio dos quadros técnicos, intelectuais e micro, pequenos e médios empresários.
Presentes, também, os aliados de quem discute para melhor lutar e luta para transformar para melhor: os representantes do Partido Ecologista «Os Verdes», da Intervenção Democrática e da União de Sindicatos do Algarve.
Na súmula das cerca de três dezenas de intervenções e na Resolução Política aprovada por unanimidade pelo conclave comunista, resulta claro que no Algarve o sol ainda não brilha para todos os que lá habitam e trabalham. A acção do executivo PS/Sócrates mantém e agrava as linhas até aqui seguidas pelos seus antecessores, fazendo dos trabalhadores e das populações o alvo principal das suas medidas e empurrando o Algarve para o ranking das regiões deprimidas.
Ao nível dos direitos de quem cria riqueza, basta dizer que na «capital europeia da precariedade laboral» os baixos salários também fazem mossa, servindo de exemplo o facto dos concelhos de Lagos, Silves e Tavira registarem remunerações inferiores à média nacional em 21,5, 18 e 23 por cento, respectivamente.
O modelo voltado quase em exclusividade para o turismo e assente em baixos salários, supressão de direitos e destruição do tecido produtivo – com destaque para a situação das pescas e dos pescadores, para o abandono do mundo rural e sub-aproveitamento das potencialidades agrícolas regionais - foi também muito criticado pelos comunistas.
Sem virar a cara à luta
O facto das condições de vida e de trabalho no Algarve terem sofrido um agravamento nos últimos anos levou a que trabalhadores e populações se lançassem na luta. Entre os mais destacados combates, sublinharam-se os protestos na Carmo e Braz, no Casino de Montegordo e na ENATUR.
Na dinamização destas e doutras batalhas estiveram os comunistas, «em Silves, Faro, Tavira, Vila Real ou Alcoutim contra o fecho ou privatização de serviços de saúde; contra o aumento dos preços da água em Portimão; pela exigência de medidas que protejam o marisqueiro e a Ria Formosa, em Olhão, ou a protecção ambiental do Alvor, em Portimão; pela concretização de obras sentidas pelas populações e necessárias ao desenvolvimento no caso de Alcoutim e Castro Marim; contra o atropelo ambiental no caso da Praia de S. Rafael, em Albufeira; contra o estado de degradação da Fortaleza de Sagres, em Vila do Bispo», enunciou Rui Fernandes.
O responsável pela OR do Algarve lembrou ainda que o Partido tem também intervindo no plano institucional. A acção na Assembleia da República «constitui um capital importante na medida em que saibamos ir junto das populações, articulando o trabalho institucional com o trabalho de massas».
Colectivo reforçado
Em ano de reforço do Partido, os dados e orientações apuradas na AOR do Algarve abrem boas perspectivas para a concretização com sucesso das linhas definidas pelo PCP nesta matéria.
Da composição da nova Direcção Regional, sublinham-se a entrada de novos membros, cerca de 27 por cento do total; o aumento do número de mulheres na estrutura directiva, de 18 para quase 27 por cento; e a descida da média etária para os 47 anos.
Facto igualmente digno de nota é a duplicação do número de efectivos operários entre os 45 membros da DORAL agora eleita, de 6 para 12, representando 26,7 por cento. No somatório de operários, pescadores e empregados, obtemos agora 64,5 por cento da direcção comunista algarvia.
Passos decisivos
O crescimento e enraizamento da organização também tem sido uma realidade, por isso não é de estranhar que o recebimento de quotização e a venda da imprensa do Partido tenha registado melhoria. A entrada de mais militantes nos últimos dois anos que nos sete anteriores é revelador dos sucessos alcançados, sucessos reflectidos ainda porque, nas serras e aldeias do interior algarvio, onde o Partido não tinha ninguém e enfrentava dificuldades de trabalho e implantação, agora já existem militantes e, portanto, já existe Partido pronto para a luta.
Muito embora os passos agora empreendidos permitam olhar para a organização com rejuvenescida confiança revolucionária, a Resolução Política não deixa de identificar caminhos de trabalho que importa, mais que nunca, prosseguir, entre os quais, a criação de estruturas freguesias, junto dos trabalhadores nas empresas e autarquias e voltadas para os sectores profissionais; a responsabilização de mais camaradas, sobretudo jovens; a criação de uma rede de contactos regular entre os militantes e activistas; o alargamento da influência no seio dos quadros técnicos, intelectuais e micro, pequenos e médios empresários.