Jerónimo de Sousa na VI AOR Algarve do PCP

Combater as «inevitabilidades»

Intervindo no encerramento da VI Assembleia da Organização Regional do Algarve do PCP, Jerónimo de Sousa saudou a luta dos trabalhadores que teve a sua mais recente expressão no protesto do passado dia 25 de Novembro, em mais de 20 cidades do País. Para o secretário-geral do PCP, esta «valorosa luta de resistência é condição fundamental» para que se cumpram dois objectivos: conter e limitar a «grave ofensiva» do Governo do PS contra os direitos e as conquistas sociais dos trabalhadores e do povo; e, simultaneamente, para «afirmar uma alternativa que rompa com a sua desastrosa política».
No que respeita ao futuro, o dirigente do PCP realçou que é necessário prosseguir esta luta «lá onde os interesses dos trabalhadores e do povo português estejam a ser atingidos pela acção do Governo». O objectivo é um só, cooperar e unir esforços para ampliar a luta, «porque esse é o caminho mais seguro e mais certo para garantir a sua eficácia». Para Jerónimo de Sousa, a luta é importante também para combater e desfazer a «falsa imagem» apresentada pela propaganda pró-governamental que «apresenta um País resignado à inevitabilidade das políticas neoliberais e de regressão social».
Quanto às sondagens divulgadas recentemente, e que garantem à actual maioria uma confortável vantagem, Jerónimo de Sousa comentou: «não há sondagens que possam diminuir o significado e alcance da luta dos trabalhadores e a amplitude da manifestação do seu descontentamento e protesto». Em sua opinião, o Governo e os grupos económicos pensavam que com propaganda, demagogia, chantagem ou ameaça, «levariam os trabalhadores e o povo português a resignar-se e a abandonar a luta». Mais uma vez se enganaram, destacou.

«Flexisegurança» aumenta precariedade

Jerónimo de Sousa reagiu ainda ao anúncio do Governo início do estudo para a introdução do conceito de «flexisegurança» nas relações de trabalho em Portugal. Para o secretário-geral do PCP, esta é mais um adjectivo inventado para «vender produto estragado»: há uns anos, realçou, era a Estratégia de Lisboa, «a Europa do pleno emprego, quando antes tinha sido o lançamento e a implementação da União Económica e Monetária e com ela o euro». Contudo, lembrou, o desemprego «mantém-se a níveis inaceitáveis» no País e na Europa.
Este anúncio coincidiu com a tomada de posse da Comissão de Revisão do Código de Trabalho, notou Jerónimo de Sousa. Tomada de posse esta realizada depois de quase dois anos de governação. Lembrando que o PS prometeu rever o Código de Trabalho, o dirigente do PCP alertou que esta revisão «não é para repor direitos retirados, mas para continuar a liquidação dos direitos laborais dos trabalhadores».
Isto deduz-se, aliás, das próprias palavras do presidente da dita comissão. Este considera, denunciou Jerónimo de Sousa, que a Lei que entrou em vigor há três anos é «muito rígida» e que precisa de ser «flexibilizada». O resultado está à vista: «Aí temos, então, o empenhamento do Governo no estudo da implementação da “flexisegurança” que, como todos certamente já perceberam, mais não é que uma proposta de liberalização dos despedimentos, de flexibilização dos horários e da organização do trabalho». Tudo a troco de uma melhor protecção social, nomeadamente o subsídio de desemprego. Até aqui, lembrou, a Segurança Social «não tinha dinheiro para garantir a sustentabilidade futura do sistema e das reformas». Agora, pelos vistos, «até se abre a perspectiva de libertar o patronato das suas obrigações contratuais. O patronato despede como e quem bem entende e a Segurança Social paga».


Mais artigos de: PCP

Uma viragem decisiva

«Rumo à Vitória, as Tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional», debatido no dia 29 de Novembro, em Évora, ocupa um lugar cimeiro na obra teórica de Álvaro Cunhal.

Governo ignora realidade

O encerramento de urgências de Hospitais, SAPs e extensões de Centros de Saúde continua a gerar o vigoroso protesto das populações, evidenciando a justeza da campanha nacional em defesa da Saúde promovida pelo PCP, cujas organizações encabeçam esses protestos.

Teoria e prática são indissociáveis

«A Revolução Portuguesa – o passado e o futuro» é já um «clássico da historiografia da revolução dos cravos», afirmou, no dia 30 de Novembro, em Guimarães, Albano Nunes, membro do Secretariado e da Comissão Política do PCP.

Um passo mais para o federalismo

É hoje claro aquilo que o PCP vinha afirmando: o Processo de Bolonha visa a elitização económica do Ensino Superior, condicionando-o aos interesses do grande capital, e a privatização do Ensino Superior público.

Inverter a situação de regressão

A VIII Assembleia da Organização Concelhia de Faro, realizada no passado dia 26, propõe-se contribuir para a alteração do rumo que o concelho tem vindo a seguir nos últimos 30 anos.

Assembleia critica Governo

O Governo continua «indiferente e cego» à situação em que se encontram milhares de portugueses que, obrigados a procurar trabalho noutro país, acabam por ser «vítimas de um autêntico tráfico de mão-de-obra», concluiu, no dia 26 de Novembro, a VIII Assembleia da Organização dos Comunistas Emigrados na Suíça.

Potencializar o concelho

A IV Assembleia da Organização Concelhia de Silves do PCP, realizada no passado dia 26 de Novembro, depois de discutir e aprovar a Resolução Política, que analisa a situação política e social do concelho, elegeu uma nova Comissão Concelhia.

Renovar e reforçar

Mais de 140 delegados participaram, no dia 23, na X Assembleia da Organização Concelhia de Setúbal. O reforço da organização e influência do Partido esteve no centro do debate.

Organizar para crescer e intervir

A política de direita e as suas consequências no país e na região, o balanço do trabalho realizado e a definição das tarefas futuras foram os temas abordados na VI AOR do Algarve.

Clara discriminação

O Partido revelou ontem que apresentou, na Entidade Reguladora da Comunicação Social, queixa contra a estação televisiva SIC, acusada de discriminar os comunistas nos seus principais noticiários.

Sondagem por esclarecer

A publicação de uma sondagem da Marktest, no Diário de Notícias de 24 de Novembro, suscitou da parte do PCP um pedido de esclarecimento, através do envio, para publicação no «correio de leitores», de uma carta do Gabinete de Imprensa.Esta carta, que o DN não publicou até agora, sublinhava «o enigma acerca dos resultados...