Pluralismo na informação?

A ideologia enquanto conjunto de ideias comunicáveis que transferimos uns para os outros, a coerência entre o discurso e a prática, a reprodução acrítica do que se ouve foram algumas das questões colocadas à discussão por Augusto Flor, da direcção da Festa, que, com Fernando Correia, professor universitário e jornalista, e Aurélio Santos, da Comissão Central de Controlo, esteve no «À conversa com...» de sábado à tarde, sobre a batalha das ideias e a imprensa do Partido.
Para Fernando Correia, a concentração da propriedade determina a mensagem que a comunicação social veicula. À pergunta se «a existência de mais ou menos grupos económicos alteraria este problema», responde que não, porque o essencial reside na natureza da propriedade dos media, praticamente todos nas mãos de uma determinada classe social e dependentes dos seus interesses.
Assim, a aparência de pluralismo que hoje existe, dada pela grande diversidade de jornais ou revistas temáticas e pela diferença de formatos, não significa melhor informação, apenas traduz lutas entre diferentes grupos por objectivos comerciais, estratégias comerciais definidas não em função da pluralidade de opinião mas da conquista de núcleos de mercado com gostos diferenciados.
Na sequência desta reflexão, Aurélio Santos aproveitou para valorizar ainda mais a importância da imprensa do Partido, a única que reflecte o interesse da classe operária e de todas as classes não exploradoras, não capitalistas. Com esta concepção de classe, a imprensa do Partido procura contribuir para que as pessoas possam conhecer melhor o mundo que existe e agir, não de acordo com as ideias da classe social dominante, mas de acordo com os seus próprios interesses.


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