Esclarecer e lutar por outra Europa

O PCP teve «um papel fundamental» para que fosse aceite a ideia de realização de um referendo sobre a chamada Constituição europeia e «contra a trama do PS e da direita, para efectuar o referendo no dia das eleições autárquicas». Ao lembrar esse papel, no final do debate sobre o presente e o futuro da União Europeia, começava a noite de sábado, Agostinho Lopes reafirmou que os comunistas vão persistir «no esclarecimento e na luta diária», batendo-se por «uma UE de cooperação, com estados iguais em direitos».
Aquele membro da Comissão Política moderou no Fórum um debate de casa cheia, que contou a participação dos eurodeputados comunistas, Ilda Figueiredo e Pedro Guerreiro, e de Arménio Carlos, membro do Comité Central e coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa. Por parte do público, houve quase uma dezena de intervenções, duas das quais expressando pontos de vista dissonantes dos do Partido. Quem as fez, no entanto, recebeu cordiais aplausos dos assistentes, e, como vimos, também aplaudiu as demais intervenções. Pena foi, como notou Pedro Guerreiro, que um dos interlocutores tenha deixado o auditório sem esperar pela resposta.
Já com 22 milhões de desempregados, nos países da UE, a Comissão Europeia vem propor linhas para o aumento da precariedade de emprego e uma política contrária à Carta Social Europeia, que apontava para a equiparação de condições pelos níveis superiores, criticou Arménio Carlos. Defendeu que «não pode haver boas políticas económicas com más políticas sociais» e, a propósito das pressões dos países mais fortes, afirmou que «temos no poder pessoas com perspectiva de capitulação».
Já Ilda Figueiredo salientara a existência de um «interesse de classe transversal nos diferentes países». Preveniu que, depois das pescas e da agricultura, vêm aí medidas da UE para a produção de açúcar, que ameaçam a única fábrica nacional no Continente e centenas de produtores de beterraba.
O perigo da «Constituição» europeia «não passou», alertou Pedro Guerreiro, lembrando que o referendo foi marcado para França, antes de outros países, porque as sondagens apontavam para a vitória folgada do «sim». «Houve debate, e o “não” ganhou», «mas preparam já, a partir de Outubro, uma grande campanha de propaganda».


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