Lisboa

Hora de balanço

A Cidade de Lisboa sofre desde há dois anos e meio de paralisia endémica. É uma cidade caótica mas em festa permanente. Realmente, aparte as muitas festas, gerais e (farras) particulares, e o «forró», nada mais.
PSD e PP instalaram-se com a sua gente. Não fazem mas prometem. As promessas não cumpridas servem até de escadaria para novas promessas. Que também não são para cumprir.
Por isso, Lisboa não se revê nesta «gestão» autárquica. A maioria PSD-PP anda a enganar a Cidade há muito tempo.
De facto, quem é que na campanha eleitoral das autárquicas de Lisboa de Dezembro de 2001 enganou a comunidade artística ao prometer que punha o Parque Mayer a funcionar em Agosto de 2002 – encontrando-se hoje tudo outra vez na estaca zero? Quem prometeu o casino de Lisboa para imediatamente? Quem andou a saltitar com esse hipotético casino do Parque Mayer para o Cais do Sodré e daí para o Jardim do Tabaco? Quem começou por aceitar as compensações do casino e agora é que ainda se vai ver se haverá casino e quando e onde? Quem chamou início das obras do casino às demolições e obras de limpeza do Jardim do Tabaco?
Quem prometeu que os ministérios saíam do Terreiro do Paço o mais tardar em Fevereiro passado?
Quem é que não paga a três juntas de freguesia as verbas acordadas e até protocoladas em documento de valor jurídico indiscutível?
Quem anda a inaugurar obra alheia, já do tempo da coligação de esquerda, e lhe chama obra sua, como aconteceu por exemplo em quatro casos descarados neste último 25 de Abril?

Ilusões

Quem iludiu os arrumadores, prometendo-lhes já na pré-campanha eleitoral, em Setembro de 2001, soluções em que nem sequer se pensou entretanto, a não ser que se considere solução aquela «blague» infeliz de os tornar empregados de comerciantes? Quem anda a empatar os projectos de apoio a toxicodependentes e sem-abrigo, a quem na campanha o PSD prometeu «a concepção de residências» e a «criação de um programa de formação profissional»?
Quem coloca cartazes enormes em obras pequeninas de rotina de manutenção de arruamentos?
Quem escondeu as origens e responsáveis de uma célebre manifestação-concentração de apoio, enjeitada?
Quem recusou o inquérito para que tudo se esclarecesse e se soubesse quem tinha pago os respectivos anúncios nos jornais, engendrando depois uma oferta de uma empresa?

Negócios…

Quem tapa a Cidade com telas onde quer que haja algo a esconder? Quem prometeu na campanha eleitoral a «revitalização da Baixa» – e até agora nem uma agulha mexeu na mesma Baixa? Quem prometeu «uma reabilitação dos bairros históricos» que «não se limite a obras de cosmética na fachada dos edifícios» – e, o pouco que fez foi exactamente obra de fachada e nas fachadas? Quem coloca telas nas fachadas a dizer que ali há obra de reabilitação onde «só há a quieta melancolia» lá por detrás das telas? Quem reabilita fachadas para ser bonito ver casas por fora mas deixa os idosos a viver em condições sub-humanas lá dentro, e chama a isso reabilitação urbana?
Quem prepara sorrateiramente a proliferação de loteamentos clandestinos pela Cidade, autorizando demolições e construção sem plano nem autorização obrigatória da Assembleia Municipal, à boa maneira dos anos oitenta, em que nem sequer havia Plano Director Municipal?

Zero para a Juventude

Quem é que prometeu aos jovens mundos e fundos e nada fez andar? As promessas, analisadas hoje depois de dois anos e meio de inércia, até parecem ficção. Atraíram as pessoas mais jovens com promessas. Mas nada mexeu também neste domínio. Eis alguns exemplos de promessas ocas: criação de um «mega-espaço da Juventude com sete vertentes: novas tendências, cultura, estudo, debates, colóquios, desportos de sala, comércio, associativismo»…
E ainda: «criação de uma rede de quiosques interactivos, ligados à Internet, reorganizar a Cidade Universitária, criar habitação jovem, promover o arrendamento a jovens, criar um Conselho Municipal da Juventude operativo e renovado».
Etc., etc..
E, até hoje, nada: zero! Perante tudo isto, pergunta-se: afinal, quem anda a enganar quem?


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