EUA abençoam constituição
Após três semanas de acesa discussão em torno dos moldes e conteúdos do novo texto constitucional afegão, os mais de quinhentos delegados da Loya Jirga, nome pelo qual é conhecida a Assembleia Nacional (AN) do país, aprovaram a versão final do documento.
O presidente daquela estrutura provisória, Sibghatullah Mujaddedi, anunciou, no domingo, o encerramento das discussões e o estabelecimento de um consenso entre os diversos grupos representados, acordo que, para já, fica plasmado numa Carta Magna com 160 artigos.
Mujaddedi tinha vindo a alertar, nos últimos dias, para a possibilidade de uma fractura e um «fracasso humilhante» no seio da AN, uma vez que alguns dos presentes insistiam em preservar os privilégios territoriais, económicos e de identidade linguística para os grupos étnicos e tribais que representam, o que, segundo as informações disponíveis, acabou por acontecer sem pôr em causa o texto fundamental da nova República Islâmica do Afeganistão.
O regresso do rei
Depois de uma violenta campanha militar, conduzida pelos EUA, que culminou com a invasão e ocupação do país, os norte-americanos apresentaram Hamid Karzai como o líder de uma «nova ordem democrática» no Afeganistão.
Aquele que se autoproclamou como o herdeiro da coroa afegã granjeou, com a nova constituição, o papel de chefe máximo do futuro regime presidencialista, uma vez que ocupa actualmente o cargo de presidente do governo provisório e não parece disposto a ceder o lugar.
Tal fica implícito pelas pressões «diplomáticas» exercidas, directamente ou por intermédio de Karzai, pelos «amigos» americanos presentes no território, às quais não faltou sequer a intervenção directa do embaixador dos EUA, Zalmay Khalilzad, junto de alguns dos chefes tribais mais cépticos.
Karzai exigiu a sistematização de um regime presidencialista, sem primeiro-ministro e com total controle sobre as forças armadas, ameaçando mesmo com a demissão caso tal não viesse a ser inscrito na Carta Magna.
Cedendo na manutenção do turcomano, do hazara e do uzbeco como segundos idiomas oficiais no Norte do país e distribuindo promessas de altos cargos no futuro governo, Karzai impôs o seu enquadramento constitucional, a contento do lhe era exigido pela administração Bush.
O presidente norte-americano foi, aliás, um dos mais efusivos nos festejos, declarando, em comunicado emitido domingo pela Casa Branca, que «um Afeganistão democrático vai servir os interesses e as aspirações de sempre do povo afegão, e garantir que o terrorismo não se mantém».
Bush aproveitou ainda para anunciar, a partir de Washington, que estava criado «um quadro legal para a realização de eleições nacionais em 2004».
O presidente daquela estrutura provisória, Sibghatullah Mujaddedi, anunciou, no domingo, o encerramento das discussões e o estabelecimento de um consenso entre os diversos grupos representados, acordo que, para já, fica plasmado numa Carta Magna com 160 artigos.
Mujaddedi tinha vindo a alertar, nos últimos dias, para a possibilidade de uma fractura e um «fracasso humilhante» no seio da AN, uma vez que alguns dos presentes insistiam em preservar os privilégios territoriais, económicos e de identidade linguística para os grupos étnicos e tribais que representam, o que, segundo as informações disponíveis, acabou por acontecer sem pôr em causa o texto fundamental da nova República Islâmica do Afeganistão.
O regresso do rei
Depois de uma violenta campanha militar, conduzida pelos EUA, que culminou com a invasão e ocupação do país, os norte-americanos apresentaram Hamid Karzai como o líder de uma «nova ordem democrática» no Afeganistão.
Aquele que se autoproclamou como o herdeiro da coroa afegã granjeou, com a nova constituição, o papel de chefe máximo do futuro regime presidencialista, uma vez que ocupa actualmente o cargo de presidente do governo provisório e não parece disposto a ceder o lugar.
Tal fica implícito pelas pressões «diplomáticas» exercidas, directamente ou por intermédio de Karzai, pelos «amigos» americanos presentes no território, às quais não faltou sequer a intervenção directa do embaixador dos EUA, Zalmay Khalilzad, junto de alguns dos chefes tribais mais cépticos.
Karzai exigiu a sistematização de um regime presidencialista, sem primeiro-ministro e com total controle sobre as forças armadas, ameaçando mesmo com a demissão caso tal não viesse a ser inscrito na Carta Magna.
Cedendo na manutenção do turcomano, do hazara e do uzbeco como segundos idiomas oficiais no Norte do país e distribuindo promessas de altos cargos no futuro governo, Karzai impôs o seu enquadramento constitucional, a contento do lhe era exigido pela administração Bush.
O presidente norte-americano foi, aliás, um dos mais efusivos nos festejos, declarando, em comunicado emitido domingo pela Casa Branca, que «um Afeganistão democrático vai servir os interesses e as aspirações de sempre do povo afegão, e garantir que o terrorismo não se mantém».
Bush aproveitou ainda para anunciar, a partir de Washington, que estava criado «um quadro legal para a realização de eleições nacionais em 2004».