Em defesa da Docapesca
A paralisação foi total. Cerca de cinco mil trabalhadores e 200 empresas estão ameaçados com o encerramento.
A doca serve os três milhões de habitantes da Área Metropolitana de Lisboa, ficando assim em causa a existência de peixe fresco nas lotas. Está em causa o porto de pesca, o encerramento da lota e do porto de abrigo, não tendo sido dada qualquer alternativa aos pescadores. Por esta lota passa cerca de 8 por cento do pescado consumido em Lisboa, mas, se retirarmos a sardinha, essa percentagem já é de cerca de 20 por cento.
No passado dia 2, o Governo anunciou o encerramento e deu o ultimato para que todas as empresas ali sediadas abandonem o local até Dezembro.
Pescadores e comerciantes ficaram em situação de desespero, motivo pelo qual realizaram uma greve de 24 horas no passado dia 27, levando ao encerramento total daquele espaço.
A medida foi justificada com a realização em Portugal da prova náutica America’s Cup mas, nesse mesmo anúncio, já o Governo referia que, mesmo que a prova não se venha a realizar, o encerramento será uma realidade. Todos os sindicatos e comerciantes estão juntos para tentarem impedir o encerramento. Trabalhadores e comerciantes consideram inconcebível que não tenham sido criadas alternativas à semelhança do que se tem feito noutras localidades onde foram construídas marinas para embarcações de recreio. Caso se confirme o encerramento, o porto mais próximo ficará em Setúbal, a uma distância que impossibilita estes pescadores de fazerem chegar o seu produto em condições à lota, motivo pelo qual o Simamevip/CGTP considera que os pescadores vão ficar sem alternativas.
Frederico Pereira, do Simamevip/CGTP contou ao Avante! que estão em causa interesses imobiliários, 175 comerciantes, cerca de 1500 pescadores, os trabalhadores da Docapesca e de empresas privadas, a Escola de Pesca, a Mútua dos Pescadores, a Direcção Geral das Pescas - inaugurada este ano e que teve um custo de cinco milhões de euros -, câmaras frigoríficas e um conjunto de instituições cujos serviços não podem encerrar sem qualquer alternativa. Como agravante, a Docapesca teve há pouco tempo um investimento de fundos comunitários para a sua modernização, dinheiro que, caso fechem agora as portas, não serviu para nada.
O MARL não é solução
O Governo deu como alternativa o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, mas não teve em conta que a maior parte destes pescadores não tem viaturas para o transporte do pescado, nem meios materiais para os adquirir. A transferência terá custos para os comerciantes que não encontrarão aí as mesmas condições e terão ainda de pagar cerca de 20 mil contos para o novo espaço. Por outro lado, a alternativa não cobre as necessidades e muitos não terão lugar no MARL, mesmo que pretendam adquirir o espaço. Directamente afectados pelo despedimento colectivo estão os cerca de 140 trabalhadores afectos à Docapesca. A Comissão Concelhia de Oeiras do PCP manifestou, em comunicado, a sua solidariedade com esta luta.
No passado dia 2, o Governo anunciou o encerramento e deu o ultimato para que todas as empresas ali sediadas abandonem o local até Dezembro.
Pescadores e comerciantes ficaram em situação de desespero, motivo pelo qual realizaram uma greve de 24 horas no passado dia 27, levando ao encerramento total daquele espaço.
A medida foi justificada com a realização em Portugal da prova náutica America’s Cup mas, nesse mesmo anúncio, já o Governo referia que, mesmo que a prova não se venha a realizar, o encerramento será uma realidade. Todos os sindicatos e comerciantes estão juntos para tentarem impedir o encerramento. Trabalhadores e comerciantes consideram inconcebível que não tenham sido criadas alternativas à semelhança do que se tem feito noutras localidades onde foram construídas marinas para embarcações de recreio. Caso se confirme o encerramento, o porto mais próximo ficará em Setúbal, a uma distância que impossibilita estes pescadores de fazerem chegar o seu produto em condições à lota, motivo pelo qual o Simamevip/CGTP considera que os pescadores vão ficar sem alternativas.
Frederico Pereira, do Simamevip/CGTP contou ao Avante! que estão em causa interesses imobiliários, 175 comerciantes, cerca de 1500 pescadores, os trabalhadores da Docapesca e de empresas privadas, a Escola de Pesca, a Mútua dos Pescadores, a Direcção Geral das Pescas - inaugurada este ano e que teve um custo de cinco milhões de euros -, câmaras frigoríficas e um conjunto de instituições cujos serviços não podem encerrar sem qualquer alternativa. Como agravante, a Docapesca teve há pouco tempo um investimento de fundos comunitários para a sua modernização, dinheiro que, caso fechem agora as portas, não serviu para nada.
O MARL não é solução
O Governo deu como alternativa o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, mas não teve em conta que a maior parte destes pescadores não tem viaturas para o transporte do pescado, nem meios materiais para os adquirir. A transferência terá custos para os comerciantes que não encontrarão aí as mesmas condições e terão ainda de pagar cerca de 20 mil contos para o novo espaço. Por outro lado, a alternativa não cobre as necessidades e muitos não terão lugar no MARL, mesmo que pretendam adquirir o espaço. Directamente afectados pelo despedimento colectivo estão os cerca de 140 trabalhadores afectos à Docapesca. A Comissão Concelhia de Oeiras do PCP manifestou, em comunicado, a sua solidariedade com esta luta.