Contra a transferência dos CTT

O presidente da Junta de Freguesia do Sado, Rui Higino, criticou sexta-feira a transferência de alguns postos de correio para as juntas de freguesia, na sequência do protocolo assinado pelos CTT e pela Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
As declarações de Rui Higino surgem na sequência de uma moção aprovada por unanimidade pela Assembleia de Freguesia do Sado contra a intenção dos CTT de procederem ao encerramento de cerca de 1200 postos de correio e de 500 estações, e de transferir alguns deles para as juntas de freguesia.
O autarca considera que a transferência de muitos postos de correio para as juntas de freguesia vai criar uma situação insustentável para muitas autarquias, que «não têm instalações nem meios financeiros para fazer face a novos encargos», disse.
«A Junta de Freguesia do Sado não foi consultada sobre a possibilidade de vir a acolher um posto de correios», afirmou Rui Higino, assegurando que a autarquia não dispõe de instalações adequadas e dos meios financeiros necessários para garantir o novo serviço.
De acordo com o autarca do PCP, «os correios querem pagar apenas 450 euros às juntas de freguesia» pela prestação do serviço de correios, valor que considerou «manifestamente insuficiente».
«Tudo indica que esta transferência de competências dos CTT para as autarquias se destina a camuflar o despedimento de mil a dois mil trabalhadores dos correios, e a libertar a empresa dos sectores menos rentáveis, com vista à privatização dos correios», concluiu.
Segunda-feira, a Assembleia Municipal de Mirandela e de Bragança aprovaram dois documentos da CDU reclamando o funcionamento dos postos e estações de correio existentes na região e que, em lugar de se encerrarem os considerados «não rentáveis», se criem, mesmo que «não rentáveis» também, os necessários à adequada cobertura do território nacional.
Solidarizando-se com a luta dos trabalhadores dos CTT em defesa dos seus postos de trabalho e da manutenção deste importante serviço público, as Assembleias Municipais «não aceitam esta nova tentativa de transferir competências para as autarquias locais, fora do quadro das atribuições que lhes cumpre prosseguir, sem os meios adequados ao seu exercício, claramente em prejuízo das populações e do desenvolvimento local».


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