Idosos em luta
O MURPI acusa os sucessivos governos de agravarem a situação sócio-económica dos reformados, pondo a tónica nos «efeitos negativos» de «alguns diplomas» aprovados pelo actual executivo.
As leis aprovadas pelo Governo são prejudiciais aos idosos
«De ano para ano, os reformados perderam mais poder de compra e sentem na pele os efeitos negativos das políticas seguidas pelos governos. Contudo, neste momento, este agravamento é mais acentuado do que nunca», frisou, na passada semana, Fernando Servo, da Federação das Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos do Distrito de Beja (FARPIBE/MURPI).
Em conferência de imprensa, realizada em Beja, a FARPIBE/MURPI enumerou os principais problemas com que se debatem os habitantes idosos da região, uma das que, no País, conta com a população mais envelhecida.
«As últimas leis aprovadas pelo Governo e Assembleia da República, nomeadamente no que respeita à Saúde, Segurança Social ou Contribuição Autárquica, bem como a intenção de privatização da água, são muito prejudiciais aos idosos», argumentou Fernando Servo.
Além da lei de gestão hospitalar, o diploma sobre os cuidados primários de saúde, exemplificou, «vai transformar os centros de Saúde em centros comerciais, com trabalho à peça por parte dos médicos» e com o «objectivo encapotado de privatizar o Serviço Nacional de Saúde».
Também a legislação aprovada para os medicamentos genéricos não ficou de fora das críticas da FARPIBE, que aludiu à questão do preço de referência para evidenciar os prejuízos para os habitantes mais idosos: «Foi uma forma implícita de aumentar o seu preço».
«São os idosos que mais têm de recorrer aos medicamentos e, quando não há o genérico, o farmacêutico pode aviar um de marca. Ora, não se pode aceitar que, nesses casos, o desconto incida sobre o genérico ao invés da percentagem do medicamento de marca», contestou.
Quanto à contribuição autárquica, que vai ser substituída pelo imposto municipal sobre imóveis, irá implicar «o aumento assustador dos valores que os reformados terão de pagar pelas suas casas». «As habitações, em muitos casos herdadas através da família e com uma contribuição autárquica baixa, vão ser reavaliadas e o seu valor vai aumentar, o que significa que os idosos vão ser penalizados», garantiu.
Definir acções
Problemas que a FARPIBE considera que são «genéricos ao País» mas que, no interior, devido ao isolamento e ao grande número de população envelhecida, «são mais sentidos».
«Todos os reformados que vivem longe das grandes cidades, no interior, como no distrito de Beja, sentem o agravamento desta situação. Em Lisboa, em cinco minutos um idoso apanha um transporte e chega ao hospital mas, aqui, os centros de saúde estão a 30 ou 40 quilómetros e os transportes são quase inexistentes», disse.
A «falta de segurança» para quem vive nos montes e aldeias, onde «os assaltos continuam a verificar-se», e a possibilidade de encerramento de estações dos CTT (casos de Mértola e Serpa), às quais os idosos recorrem para «receber as pensões», são apontados pela FARPIBE como preocupações no distrito.
«Ainda por cima, o valor das pensões em Portugal tem-se afastado do ordenado mínimo nacional. Há um retrocesso e um agravamento do poder de compra dos idosos, nos últimos anos», acrescentou.
Para discutir estes e outros problemas, bem como para fomentar o convívio e troca de experiências, a FARPIBE vai organizar, no dia 4 de Outubro, o 1.º Piquenicão Distrital, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, para o qual são esperados cerca de cinco mil idosos.
«Vamos analisar estas últimas leis, traçar o panorama no distrito e definir acções para reivindicar pensões e reformas condignas», explicou o mesmo responsável, alertando que, apesar da iniciativa decorrer ao mesmo tempo da feira RuralBeja, «os idosos não pagam entrada».
Em conferência de imprensa, realizada em Beja, a FARPIBE/MURPI enumerou os principais problemas com que se debatem os habitantes idosos da região, uma das que, no País, conta com a população mais envelhecida.
«As últimas leis aprovadas pelo Governo e Assembleia da República, nomeadamente no que respeita à Saúde, Segurança Social ou Contribuição Autárquica, bem como a intenção de privatização da água, são muito prejudiciais aos idosos», argumentou Fernando Servo.
Além da lei de gestão hospitalar, o diploma sobre os cuidados primários de saúde, exemplificou, «vai transformar os centros de Saúde em centros comerciais, com trabalho à peça por parte dos médicos» e com o «objectivo encapotado de privatizar o Serviço Nacional de Saúde».
Também a legislação aprovada para os medicamentos genéricos não ficou de fora das críticas da FARPIBE, que aludiu à questão do preço de referência para evidenciar os prejuízos para os habitantes mais idosos: «Foi uma forma implícita de aumentar o seu preço».
«São os idosos que mais têm de recorrer aos medicamentos e, quando não há o genérico, o farmacêutico pode aviar um de marca. Ora, não se pode aceitar que, nesses casos, o desconto incida sobre o genérico ao invés da percentagem do medicamento de marca», contestou.
Quanto à contribuição autárquica, que vai ser substituída pelo imposto municipal sobre imóveis, irá implicar «o aumento assustador dos valores que os reformados terão de pagar pelas suas casas». «As habitações, em muitos casos herdadas através da família e com uma contribuição autárquica baixa, vão ser reavaliadas e o seu valor vai aumentar, o que significa que os idosos vão ser penalizados», garantiu.
Definir acções
Problemas que a FARPIBE considera que são «genéricos ao País» mas que, no interior, devido ao isolamento e ao grande número de população envelhecida, «são mais sentidos».
«Todos os reformados que vivem longe das grandes cidades, no interior, como no distrito de Beja, sentem o agravamento desta situação. Em Lisboa, em cinco minutos um idoso apanha um transporte e chega ao hospital mas, aqui, os centros de saúde estão a 30 ou 40 quilómetros e os transportes são quase inexistentes», disse.
A «falta de segurança» para quem vive nos montes e aldeias, onde «os assaltos continuam a verificar-se», e a possibilidade de encerramento de estações dos CTT (casos de Mértola e Serpa), às quais os idosos recorrem para «receber as pensões», são apontados pela FARPIBE como preocupações no distrito.
«Ainda por cima, o valor das pensões em Portugal tem-se afastado do ordenado mínimo nacional. Há um retrocesso e um agravamento do poder de compra dos idosos, nos últimos anos», acrescentou.
Para discutir estes e outros problemas, bem como para fomentar o convívio e troca de experiências, a FARPIBE vai organizar, no dia 4 de Outubro, o 1.º Piquenicão Distrital, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, para o qual são esperados cerca de cinco mil idosos.
«Vamos analisar estas últimas leis, traçar o panorama no distrito e definir acções para reivindicar pensões e reformas condignas», explicou o mesmo responsável, alertando que, apesar da iniciativa decorrer ao mesmo tempo da feira RuralBeja, «os idosos não pagam entrada».