Intervenção de Carlos Carvalhas

Os factos dão-nos razão

A Festa está aberta, viva a Festa do «Avante!» Viva a Festa do Povo e da Juventude, a Festa da esperança, da alegria, da fraternidade!
Surpreendendo os que não conhecem a força das convicções, dos valores e de um projecto de transformação social, surpreendendo os que não conhecem a capacidade de realização, de criação, de dedicação que sustentam as causas mais generosas, operários especializados, intelectuais, jovens e mais idosos, ao longo de várias semanas deram mais uma vez milhares de horas voluntárias tornando possível erguer esta festa que não o poderia ser de outra forma.
É um trabalho militante de grande significado político e ético que não tem preço e que só é possível num partido cuja única razão de existir é servir os trabalhadores, o povo e o país.
Permitam-me por isso um agradecimento muito especial ao militante anónimo que aqui dá por bem empregue as suas horas de labor, que com grande consciência política e cívica dá desta maneira uma inestimável contribuição ao seu partido e à luta do nosso povo. É particularmente tocante visitar a Atalaia nos fins de semana que precedem a Festa, ver a entreajuda, a camaradagem, o convívio de famílias inteiras, o colorido da juventude num formigueiro de trabalho e de tarefas que no seu conjunto erguem a maior e mais bela festa político-partidária deste país.
Permitam-me também uma saudação muito particular à JCP, ao seu trabalho, à sua generosidade e ao esforço para mobilizar para a construção da festa jovens sem partido que depois aqui se sentem como se estivessem em sua casa. Para todos os construtores da festa, para os democratas que não pertencem ao PCP aqui vêm dar a sua ajuda, uma grande salva de palmas.
E é neste clima de Festa, de alegria, de construção, de arte e cultura, de gastronomia e mostra do país inteiro que sem preconceitos se podem ver as raízes populares deste partido e a adesão crescente da juventude.
Esta nossa festa, de convívio, alegria e confraternização, é também um espaço de reflexão, de intervenção e de luta, face a um governo que desencadeou uma ofensiva sem precedentes contra valores e conquistas de Abril, a um governo ao serviço da oligarquia e da concentração e centralização de capitais.
Se tivéssemos de classificar este governo em três palavras escolheríamos: hipocrisia, o reaccionarismo, o retrocesso.
A hipocrisia, que se manifesta, por exemplo, nas promessas não cumpridas, nas falinhas beatas sobre o país que trabalha e sofre e que depois é castigado com as medidas e as opções políticas, ou na substituição dos direitos pela «caridadezinha e o seu assistencialismo».
Reaccionarismo nas suas concepções sobre os valores e os direitos sociais, sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, sobre as concepções «tatcherianas» sobre os sindicatos, comissões de trabalhadores, direito à greve, direitos laborais, Serviço Nacional de Saúde, ensino público, tudo na óptica de quem quiser saúde e ensino que os pague, ou no seu seguidismo em relação às teses desses «grandes democratas» como Bush Junior, Aznar e Berlusconni.
De retrocesso porque, com a sua política neoliberal de concentração de riqueza e de submisso cumprimento dos ditames de Bruxelas e do Pacto de Estabilidade, afundou o país na recessão e no desemprego, liquida o aparelho produtivo nacional, entrega alavancas fundamentais da economia ao estrangeiro comprometendo o presente e o futuro do país e a sua soberania, afastando cada vez mais dos indicadores médios de desenvolvimento da União Europeia.
O país podia não ter entrado em recessão e à muito que já devia e podia estar em recuperação. A profundidade e a dimensão da crise são da responsabilidades deste governo. Há um ano nesta abertura da Festa do «Avante!» afirmámos: «o Governo quer passar a factura de uma política errada e injusta aos mesmos de sempre... e tudo isto com doses maciças de demagogia, de palavras doces para encobrir uma política retrógrada e socialmente injusta. Uma política que no plano económico vai agravar as dificuldades do país e acentuar os factores recessivos com graves repercussões no aparelho produtivo e mesmo no domínio do capital estrangeiro».
Um ano depois os factos aí estão, infelizmente para o país e para os portugueses, a dar-nos razão.
E hoje o que é que o nosso primeiro-ministro tem para oferecer ao país? Para além das habituais promessas da «retoma» e da «luz ao fundo do túnel», sucessivamente prometidas e adiadas, o que este governo tem para oferecer ao país é mais desemprego, mais dificuldades para quem apenas vive do seu trabalho, mais benesses para o grande capital, e mais degradação dos serviços públicos e das infra-estruturas básicas sociais e económicas, mais dependência, subcontratação e submissão da economia portuguesa, mais atraso em relação ao desenvolvimento da União Europeia.
E como não pode mostrar resultados no presente, promete a modernização do país para 2010.
Temos um governo de retrocesso social e económico, um governo que foge a assumir as suas responsabilidades nas mais diversas esferas da vida nacional, como se verificou, por exemplo, com a dimensão trágica dos incêndios, com as mortes provocadas pela vaga de calor, com a recessão ou com a postura de vassalagem ao império na guerra do Iraque, e as suas mentiras sobre as armas de destruição maciça. Continuaremos a exigir do primeiro-ministro as provas e as explicações sobre as suas afirmações peremptórias de que o Iraque detinha tais armas.
Nós daqui da Festa do «Avante!» queremos manifestar a todos que foram atingidos pela tragédia dos incêndios a nossa solidariedade, e queremos afirmar aos trabalhadores e ao povo que tudo faremos para que Portugal venha a ter uma nova política ao serviço dos trabalhadores e do povo.
Este combate exige a mobilização, a unidade na acção e a convergência das diversas forças políticas, sindicais e sociais. Pela nossa parte, é nesse sentido que caminharemos e interviremos.
Este é o Partido que não se cala perante as injustiças, que não se refugia nas ambiguidades face à política de concentração da riqueza e de ofensiva contra quem vive do seu trabalho, que não se limita à crítica e ao discurso, mas o Partido que apresenta propostas e medidas mostrando que há alternativa, que há outros caminhos que não os do retrocesso. O Partido de propostas e de protesto, que não se fica pela intervenção nas instituições, mas que luta no terreno, com os trabalhadores, com as populações, com o povo, e que com o povo está nesta magnífica Festa do «Avante!», sempre renovada e sempre invejada por outras forças, sempre fraterna, aberta e acolhedora para quem nos visita. Esta é também a grande festa da juventude, que queremos saudar por intermédio da JCP, na sua luta, valores e projecto.
Que sejam três dias de fraternidade, alegria, de debate e de retoma de energias para os exigentes combates que temos pela frente.


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Um olhar diferente

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O ano das mulheres

Sexta-feira, oito e meia da noite. O dia foi quente, mas a noite está fria. No Auditório 1.º de Maio o ambiente certamente vai aquecer. Por isso há que jantar depressa e rumar para junto do lago. «Onde?» Lá ao fundo, naquela tenda branca. «Ah, sim, reparei quando entrei. É que é a primeira vez que venho à Festa e ainda não conheço os cantos à casa.» E a vista é bem bonita, com as luzinhas reflectidas na Baia do Seixal. «É verdade. E que bem que se está aqui a ouvir a Filipa Pais.»

À conversa pela Atalaia

Munidos de um folheto sobre os direitos dos jovens, muitas ideias e um sorriso nos lábios, os participantes das brigadas de contacto da JCP partem à conversa com os jovens visitantes da Festa do Avante!. Os mais tímidos levam um pacote suplementar de coragem, porque isto de falar com desconhecidos nem sempre é fácil.

Defender os direitos é exercê-los

O futuro dos jovens não será fácil, se forem implementadas as políticas do Governo. Esta foi uma das conclusões do debate sobre «Direitos dos Jovens» que teve lugar na tarde de domingo, simultaneamente com uma outra: o combate às ideias neoliberais é cada vez mais necessário e só através dele se poderá travar o retrocesso social.

Quem constrói a Festa, constrói muito mais

Há sítio na Festa onde não haja jovens? Não, mas o Espaço da Juventude é-lhes especialmente dirigido, logo ali ao lado do Palco 25 de Abril. Este ano, a grande inovação foi uma sala de cinema improvisada onde foram exibidas trinta curtas metragens de realizadores portugueses. Mas havia mais, tanto que alguns jovens passaram ali grande parte dos dois dias e meio da Festa… A música ficou a cargo das quinze bandas que actuaram no Palco Novos Valores, as vencedoras da final que se realizou na Festa da Alegria, em Braga.

Sala cheia pela noite dentro

Enquanto lá dentro se faziam os últimos acertos na montagem, cá fora, apesar do adiantado da hora, centenas de pessoas, de várias idades, aguardavam calma e ordeiramente em fila a abertura das portas. No Avanteatro, foi assim todas as noites.

São cada vez mais os que experimentam e gostam

Não podia ter corrido melhor a componente desportiva da edição deste ano da Festa do Avante. Milhares de camaradas, amigos e simpatizantes do Partido de todos os pontos do país, através da sua alegria, entusiasmo e espírito desportivo deram corpo a uma festa desportiva que não tem paralelo em Portugal. Basta dizer que 1102 atletas cortaram a linha de chegada da Corrida da Festa, número que constitui recorde das dezasseis edições desta prova desportiva.

Batidos vários recordes da corrida da Festa

Luzia Dias e Luís Feiteira, ambos do Sporting , foram os grandes vencedores da 16.ª Corrida da Festa do «Avante!», disputada na manhã de domingo. A seguir classificaram-se Cristina Santos, da Sementes da Ribeira Nova, e Manuela Dias, do Benfica; no sector masculino subiram também ao pódio Luís Jesus, da Conforlimpa, e Artur Santiago, individual.

Feita vigorosa denúncia das discriminações

“As Mulheres e o Desporto em Portugal” foi tema de um debate moderado por Isabel Cruz, da área desportiva do CC do PCP. Na tarde de sábado, numa mesa instalada em pleno polidesportivo da Festa, sentaram-se também Nuno Cristóvão, treinador da selecção nacional feminina de futebol de onze, Lara Pinto, futebolista internacional e Suzana Pinto, atleta deficiente.

Classificações

Torneio de Xadrez (72 participantes)1.º - Ruben Pereira2.º- Francisco Correia3.º- Pedro Martins4.º- Andriy Ferents5.º- Victor Ulyanovskyy6.º- Georges Cherenov7.º - Andriy Sukhov8.º- Rogério Pires9.º- Valter Fatia10.º - Luís Parreira11.º- Hélder Figueiredo12.º - Jorge Aniceto13.º- Michel Akki14.º- Sena Lopes15.º - Mário...

Mais modalidades e participantes

Nos dias da Festa realizaram-se torneios de demonstração de Malha feminina, com equipas da ARPI de Pinhal de Frades e do Desportivo Parque Verde, e de Petanca, com equipas masculinas e femininas do Clube de Campismo de Lisboa, Clube de Campismo de Almada e Associação Recreativa de Emigrantes de Grândola. Ao todo, nos...

Os mais discriminados

Portugal vai na vanguarda dos acidentes de trabalho na Europa, sendo um dos poucos países onde os acidentes de trabalho são entregues às companhias de seguros e não à Segurança Social.A afirmação foi feita no Forum, domingo à tarde, durante o debate sobre o Ano Internacional do Deficiente, criado devido «à falta de...

A informação conquista-se

Nos dias de hoje, é necessário esforço e empenhamento, individual e colectivo, para obter informação verdadeira e de classe, sendo indispensável recorrer aos órgãos de comunicação do Partido. Esta ideia marcou a conversa de sexta-feira à noite, no espaço da imprensa comunista, no Pavilhão Central.Fernando Correia...

Resposta internacionalista à ofensiva geral

Prolongou-se por duas horas e meia o muito participado debate de domingo à tarde, no Forum do Pavilhão Central, sobre o actual momento na Europa, onde frequentemente foi feita referência a ideias analisadas durante o encontro de partidos comunistas e de esquerda que teve lugar sexta-feira.No final, Albano Nunes salientou...

Leis absurdas e monstruosas

A legislação sobre o funcionamento dos partidos políticos e o financiamento das suas actividades deve ser revogada, pois não representam qualquer avanço para uma reforma do sistema político, antes constituem um ataque aos direitos dos cidadãos se organizarem livremente. O tema foi analisado sábado à noite, no Forum, por...

Para grandes perigos, grandes lutas

O Código do Trabalho insere-se numa ofensiva mais geral, que coloca em causa a própria democracia, afirmou Jerónimo de Sousa, no debate de sexta-feira à noite, no Forum do Pavilhão Central. Alertando que este não é apenas mais um pacote laboral, como outros que o precederam desde os anos de contra-revolução, chamou a...

A utopia musicada

Das grossas colunas de som ouviu-se a música, por todos reconhecida, de que os espectáculos vão reabrir.Muitos apertaram o passo para não perder a «Carvalhesa» porque, afinal de contas, a vida são dois dias e a Festa são três.«Vingança festiva» no palco dos sonhosOs Renderfly, abriram os espectáculos de sábado e não...

A grande evocação da Revolução de Abril

Depois de uma abertura a convidar à dança com os escaldantes ritmos africanos de Tito Paris, «Ary, Lisboa e o povo» foi mais do que um estrondoso espectáculo na noite de sexta-feira. Aproveitando as modernas condições que o Palco 25 de Abril proporcionou através dos dois écrans de vídeo gigantes, o espectáculo que fechou a primeira noite da Festa do PCP foi um marcante acontecimento de música, cultura e pedagogia para as dezenas de milhar de espectadores que enchiam o recinto.

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Qualidade e variedade

Era em torno do palco de Setúbal que se estendiam as esplanadas e restaurantes do espaço desta organização regional. E se esta localização privilegiada poderia contribuir para atrair mais espectadores, a qualidade de quem lá actuou justificou plenamente que por lá se fosse ficando, que foi o que aconteceu com muitos dos...

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Direito à justiça e à paz

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Um dever revolucionário

A revolução cubana «está no coração do povo», afiançou Abelardo Curbelo, da delegação do Partido Comunista de Cuba, sublinhando a ideia de que as eleições «como as que há em outros países, nada têm de democrático». Esta constatação foi proferida no sábado, à tarde, durante o debate «Solidários com Cuba», após a pergunta...

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«Chile de Allende e mudanças de regime. 30 anos do golpe militar» foi o motivo para o debate de sábado à tarde que, infelizmente, não pôde contar com a presença previamente anunciada de Juan Carlos Concha, membro do Comité Central do Partido Comunista do Chile e Ministro da Saúde durante o governo da Unidade Popular -UP-...

A Festa do Livro

Instalada num vasto espaço no topo do terreno, a «Festa do Livro» foi um sucesso verdadeiramente espectacular, com milhares de visitantes permanentemente a percorrer, compulsar, adquirir (sempre a preços mais baixos que os do mercado) ou, simplesmente espreitar os também milhares de títulos que os aguardavam.

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A miniatura sonhada do País que queremos

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