No Algarve e no País defende-se a água pública
Em Portimão e em Silves, no dia 28, numa arruada e num jantar-comício, a urgência de aumentos salariais e as nefastas consequências da crise na habitação marcaram a jornada de campanha do Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo.
«A CDU conta sempre para melhorar a vida de quem vive e trabalha no País»
Na arruada pelas ruas de Portimão, o contacto com a população e com os pequenos comerciantes foi um elemento preponderante. Já no Largo dos Caldeireiros, houve declarações de Catarina Marques, primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral de Faro, cabendo a Paulo Raimundo encerrar a iniciativa.
Em destaque foram colocados dados referentes aos baixos salários auferidos pelos trabalhadores daquela região, aos elevados índices de precariedade, aos elevados preços praticados na habitação e às enormes desigualdades económicas e sociais – temas que voltaram a estar em realce, no final do dia, no jantar-comício que se realizou em Silves, no Pavilhão de Feiras e Exposições (Fissul).
«Esta é a realidade do nosso País e, sobretudo, da nossa região, onde um trabalhador ganha menos 190 euros do que a média nacional», salientou em Silves a primeira candidata, acrescentando que «o Algarve é uma região profundamente marcada por uma crescente desigualdade entre capital e trabalho e por um modelo de baixos salários que é factor de atraso». Para a candidata, as eleições de dia 10 de Março constituem-se como uma grande oportunidade para os trabalhadores e o povo afirmarem a sua vontade de mudança, no que concerne, também, à questão da habitação, dado que o Algarve é a região do país «com as casas mais caras».
Sobre as portagens na Via do Infante e «perante tantas juras e promessas da sua abolição pelo PS, agora em plena campanha eleitoral», Catarina Marques apelou a que os algarvios não confiem no jogo de quem «teve a faca e o queijo na mão durante anos e que não fez o que se impunha» – abolir as portagens.
Travar aumentos brutais na água
Já Paulo Raimundo demonstrou, como tem feito por todo o País, o quão valioso é o voto na CDU, dando ali o exemplo da seca que se tem sentido no Algarve. «Em virtude da política de desinvestimento na captação, armazenamento, transporte e tratamento da água, estamos confrontados com um problema real que ameaça as condições de vida da população, a produção de alimentos e a actividade económica», alertou, anotando que só há uma de duas hipóteses: ou se resolve o problema defendendo as populações ou se utiliza a seca como pretexto para penalizar ainda mais quem vive do seu trabalho.
«O que a realidade revela é que foi pelo facto de no Algarve existir uma Câmara Municipal (CM) gerida pela CDU que foi possível travar a vontade do PS e do PSD, que, em nome da seca, queriam impor um brutal agravamento do preço da água», afirmou. «Se não fosse a CDU e a CM de Silves, os mais de 400 mil algarvios, no próximo Verão, iriam ser confrontados com brutais aumentos», acrescentou.
«Mais uma vez a CDU fez a diferença, a CDU conta sempre para melhorar a vida de quem vive e trabalha no nosso País. A CDU faz falta, nas autarquias locais, no Parlamento Europeu e na Assembleia da República», completou.
Com Paulo Raimundo e Catarina Marques, no mesa do comício, estiveram vários outros candidatos da CDU, a mandatária e presidente da CM de Silves, Rosa Palma, e dirigentes dos partidos que compõem a coligação.
Uma actuação do Rancho Folclórico de São Bartolomeu de Messines pontuou o momento cultural da noite.