Eleger Alma Rivera é o desafio que está colocado ao distrito de Évora
Em Montemor-o-Novo, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP,assegurou que «só com uma CDU mais forte a direita terá combate» e que «não há outra força capaz» de a enfrentar.
«Abril é inspiração e força transformadora»
A certeza foi manifestada, sábado, 24, durante um jantar-comício realizado no Parque de Exposições e Feiras, com muitas centenas de pessoas, de todas as idades. Num périplode emoções e sentimentos fortes (ver pag. 6),o Secretário-Geral do PCP voltou a ser presenteado por um grupo de crianças, desta vez com uma ceifeira de barro pintada à mão.
As intervenções políticas abriram o momento, depois de chamados para o palco os candidatos pelo círculo eleitoral de Évora: Alma Rivera (32 anos, jurista), Noel Moreira (36 anos, geólogo), Nuno do Ó (57 anos, músico), Sandra Alpiarça (49 anos, técnica de Desporto), António Danado (47 anos, advogado) e Ana Sofia Patrícia (27 anos, jurista), bem como o médico Rui Dinis, mandatário da lista. A estes juntaram-se Patrícia Machado, da Comissão Política do PCP e responsável pela Organização Regional de Évora, Ângelo Alves, da Comissão Política do Comité Central do PCP e responsável pela Região do Alentejo, Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado do Comité Central do PCP, Afonso Luz, do Conselho Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes», e Paulo Raimundo.
Empunhando um cravo rubro, o Secretário-Geral do PCP frisou que os deputados da CDU «fazem falta» aos trabalhadores e às populações do distrito de Évora, que, nos últimos dois anos, «só não perderam completamente a sua voz na Assembleia da República» (AR), porque a CDU, mesmo sem um deputado eleito por aquele círculo, «não desistiu de intervir e lutar pelas respostas que são necessárias». «Enquanto os deputados do PS e do PSD eleitos aqui pelo distrito se levantavam para votar contra aquilo que andaram, e por estes dias andam, a prometer ao povo, lá estava o PCP, com os seus deputados», onde se inclui a Alma Rivera, «a defender o distrito de Évora».
Perante aquela imensa plateia, assegurou que «para construir a vida melhor a que temos direito não precisamos de inventar a roda», sendo que «é na Revolução, na Constituição e nos valores de Abril que está o caminho, as referências, o mapa, para lá chegar».
Também Alma Rivera destacou a importância a CDU ter uma «boa votação» no dia 10 de Março, «para que o Alentejo, tão esquecido pelo Poder Central, seja ele do PS ou do PSD, com ou sem o CDS, volte a ter políticas para desenvolver e fixar população no território».
A primeira candidata avançou com várias propostas, entre as quais para uma melhor mobilidade e para um impulso à economia. Referia-se, por exemplo, aos cais de mercadorias que fazem falta no Alandroal, em Évora e Vendas Novas, às circulares rodoviárias que retiram aos pesados do centro das localidades, como em Montemor-o-Novo, ou à conclusão do IP2 e construção do IC33.
Hospital Central do Alentejo
Antes, Paulo Raimundo esteve no local onde decorrem as obras do futuro Hospital Central do Alentejo, em Évora, uma necessidade identificada há mais de 20 anos, que só saiu do papel devido à luta das populações, às exigências de muitos profissionais e à acção decisiva da CDU e do seu deputado eleito pelo distrito. Por isso, foi determinante a proposta da CDU de acção, calendarização e procedimentos, em 2015, num quadro de correlação de forças que fez com que o PS não pudesse adiar mais este hospital, explicou, no local, Alma Rivera.
Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora, criticou a passagem forçada de responsabilidades do GovernoPS para o município e para a Administração do Hospital, sem as necessárias verbas, em matérias como equipamentos, obras e expropriações de terrenos. Apesar de tudo, «esta é uma obra essencial para o Alentejo e para o País, que permitirá ter um conjunto de valências, que hoje vão para Lisboa, para uma população de cerca de 500 mil pessoas», salientou o eleito da CDU. Rui Dinis manifestou esperança que aquele Hospital – previsto para 2025 – possa ser uma «âncora» para ali criar um centro de saúde universitário, o que permitiria «reter profissionais» e «fortalecer o Serviço Nacional de Saúde», abandonando de vez o «fantasma» de uma futura parceria público-privada, como o PSD ambiciona. «Neste momento são muito poucas as forças que defendem o SNS do ponto de vista social», sublinhou o mandatário.