Jerónimo de Sousa apela à mobilização para o voto na CDU
Em Santarém, Faro e Coimbra, Jerónimo de Sousa sublinhou que a «mudança» apregoada pelo PS no seu programa eleitoral é «fictícia» e que está na «hora de alargar o movimento de apoio à CDU» para dar «soluções aos problemas».
«Há cada vez mais gente que se junta hoje à CDU»
Num almoço com democratas realizado no sábado em Santarém, o membro do Comité Central do PCP escalpelizou o programa eleitoral do PS que, alertou, mantém «a mesma orientação política de fundo, a mesma política de defesa das privatizações, das parcerias público-privado na saúde e outras áreas», assim como a «submissão às orientações neoliberais da União Europeia».
«Mais grave e preocupante», continuou Jerónimo de Sousa, é o «silêncio» do PS, tal como PSD, CDS, Chega e IL, em relação às novas regras do Pacto de Estabilidade, cuja proposta da Comissão Europeia, agora em fase final de negociação, significará um reforçado espartilho orçamental sobre os Estados.
«Uma nova directiva que dá plenos poderes à Comissão Europeia, condicionando ainda mais a decisão soberana de países como Portugal, dando-lhes o direito de estabelecer programas orçamentais para cada país, cuja dívida exceda 90 por cento do Produto Interno Bruto, impondo-lhes ritmos para a sua redução, mas também a aceitação de “novas reformas estruturais” para garantir esse objectivo», denunciou, antevendo: «tectos mais apertados da despesa pública para as funções sociais do Estado, reduzindo o seu âmbito e dimensão, através de novas privatizações, cortes nos serviços públicos e novos ataques ao direito do trabalho e à protecção social».
Objectivos que não se distanciam das ambições de PSD, CDS, Chega e IL, partidos que querem «voltar a 2011», aos «tempos dos cortes de pensões, nos subsídios de Natal e de férias, nos salários» e ao «brutal aumento de impostos», criticou.
Faro
Quinta-feira, Jerónimo de Sousa participou num jantar com a Célula de Reformados de Faro, onde acusou, uma vez mais, PS, PSD, CDS, Chega e IL de convergirem nas políticas sobre o envelhecimento «centradas na desvalorização não apenas das reformas e pensões, mas das políticas para dar resposta a um envelhecimento vivido com qualidade de vida, bem-estar físico e psicológico, com fruição saudável dos tempos livres e com respostas adequadas a uma vida com dignidade nas situações de dependência».
Ali, defendeu – tal como a CDU propõe – que as reformas devem voltar a aumentar de forma extraordinária em 2024, garantindo 7,5 por cento de aumento, com um mínimo de 70 euros e com efeitos retroactivos a Janeiro, incluindo a quem se reformou no ano passado. Por outro lado, é preciso «tomar medidas de controlo dos preços dos bens essenciais, de valorização do Complemento Solidário para Idosos, elevando o seu valor de referência e o pagamento em 14 meses, de promoção do investimento numa Rede Pública de Lares, de garantir o direito à mobilidade e ao transporte público, assegurando a gratuitidade do passe para todos os cidadãos com mais de 65 anos, mas também o acesso a uma rede de equipamentos e serviços de qualidade», acrescentou.
Avante!
No dia em que se assinalou o 93.º aniversário do Órgão Central do PCP, Jerónimo de Sousa assegurou que é no Avante! «onde se lê o que não pode ler-se em nenhum órgão de comunicação social», sendo este «o porta-voz da luta pela resposta aos problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo que precisamos de continuar a projectar e propagar, dando força à dinamização da campanha nacional em curso da sua promoção, difusão e venda regular».
Política de direita intensificou a exploração
Anteontem, 20, em Coimbra, num almoço com organizações representativas de trabalhadores (ORT), Jerónimo de Sousa apelou ao reforço eleitoral do PCP e da CDU para «romper com a política de direita e afirmar uma política alternativa e de esquerda que retome os valores libertadores de Abril».
Das propostas contidas no programa do Partido, destacou a fixação do salário mínimo nacional em 1000 euros em 2024; revogação da caducidade da contratação colectiva; a defesa da reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador; dinamizar a contratação colectiva; aumentar salários em 15 por cento, com um mínimo de 150 euros para os trabalhadores do sector público e privado.
São «propostas para superar a situação de centenas de milhares de trabalhadores sujeitos a elevadas cargas horárias, ao trabalho por turnos e laboração contínua, à precariedade e instabilidade permanente», sublinhou, acrescentando outras: «garantir que quem descontou durante 40 anos ou mais anos veja consagrado o direito à reforma sem penalizações, tal como garantir a reposição da idade da reforma aos 65 anos».