Acabar com contrastes no País
No quadro dos contactos regulares com partidos políticos, uma delegação do PCP foi recebida em audiência, no dia 14, no Palácio de Belém, pelo Presidente da República. Da comitiva comunista, para além de Paulo Raimundo, Secretário-geral do Partido, fizeram parte João Frazão, Paula Santos e Vasco Cardoso, membros da Comissão Política.
Em declarações, no final da audiência, Paulo Raimundo afirmou que foram os contrastes do País que estiveram no centro das preocupações apresentadas pelos comunistas. O Secretário-geral referia-se aos contrastes entre o país dos baixos salários, dos desafios na habitação, das dificuldades de acesso aos serviços públicos (nomeadamente no SNS), do aumento do custo de vida e o «país dos números, das estatísticas e onde está tudo a correr bem». «A ideia deste País onde, de facto, tudo corre bem para um punhado de gente, nomeadamente dos grupos económicos, como lucros como há muito não se via», lamentou.
«A segunda ideia é a de que o País não está condenado a este caminho, não está condenado a este rumo. Que apesar de sermos um País pequeno, temos um País rico, com meios, com gente capaz. E há forças e disponibilidades para pôr o País a andar para a frente», afirmou. «E nesta ideia de que é possível e é urgente uma nova política que sirva os interesses dos trabalhadores do povo e que rompa com este caminho de empobrecimento», acrescentou.
O dirigente acusou ainda o PS de utilizar a sua maioria absoluta como «poder absoluto», de simular diálogo e, em questões de fundo, fazer-se acompanhar pelo PSD, Chega e IL.