O Governo definiu oito áreas de implantação de eólicas offshore ao longo da costa portuguesa, todas elas coincidindo com importantes zonas em termos de actividade piscatória: no total, existem nessas zonas cerca de 5700 pescadores (dados de 2021), distribuídos pelos segmentos de pesca do arrasto, cerco e polivalente e que geraram, em termos de pescado descarregado, mais de 75 milhões de euros.

Porém, nessas áreas estão presentes importantes comunidades ligadas à pesca, que em muito extravasam o número de pescadores registados. A actividade envolve, para além destes, outras tarefas e profissões, nas quais trabalham muitas vezes famílias inteiras.

Desde o início deste processo que o PCP salienta que não se pode avançar para a implantação de novas áreas sem fazer uma avaliação do projecto piloto existente em Viana do Castelo nem sem envolver os pescadores e as suas associações representativas. Na sessão realizada em Vila Praia de âncora, o deputado Duarte Alves reiterou estas preocupações e o empenho do PCP na defesa da pesca e do desenvolvimento soberano do País.

Na sessão estiveram presentes pescadores e representantes de associações com actividade no mar, que sublinharam preocupações com a implementação do projecto e as suas possíveis consequências para a pesca. Independentemente de esforços que possam estar a ser feitos para minimizar aspectos negativos, os pescadores e os representantes das suas associações garantem que este é um mau projecto para o sector e para a região.