Um Partido de trabalhadores ao lado de quem faz o País avançar

A acção na­ci­onal do PCP Mais Força aos Tra­ba­lha­dores avança em todo o País. O dis­trito do Porto foi, no dia 17, o ponto de pa­ragem mais re­cente para o Se­cre­tário-geral do Par­tido, que se tem des­do­brado em inú­meros con­tactos com quem produz a ri­queza em Por­tugal.

«Há muito di­nheiro e é pre­ciso que ele seja dis­tri­buído de forma justa»

A acção do PCP não avança apenas com o Se­cre­tário-geral: de Norte a Sul do País e nas re­giões au­tó­nomas, desde Fe­ve­reiro que os mi­li­tantes co­mu­nistas têm saído di­a­ri­a­mente ao en­contro dos tra­ba­lha­dores. Nas fá­bricas, nas em­presas, nos es­ta­leiros, nos cen­tros co­mer­ciais e de­mais lo­cais de tra­balho.

Onde está gente que faz o País avançar estão co­mu­nistas ao seu lado, para apoiar, es­cla­recer e mo­bi­lizar. Esta pro­xi­mi­dade não é de agora. São muitas as vezes em que, nestas ac­ções de con­tacto, quem re­cebe o pan­fleto das mãos dos co­mu­nistas, já não es­tranha o rosto de quem o en­trega. Não há lugar para dú­vidas: o PCP está ao lado dos tra­ba­lha­dores e é com ele que estes podem contar.

Peça cen­tral desta cam­panha tem sido, não obs­tante, o Se­cre­tário-geral do Par­tido. Um au­tên­tico pé­riplo tem sido re­a­li­zado por Paulo Rai­mundo, que tem vi­si­tado as mais di­fe­rentes áreas e sec­tores de pro­dução e ser­viços. Sexta-feira pas­sada foi dia de estar no dis­trito do Porto para quatro ini­ci­a­tivas dis­tintas.

 

«Uma mão cheia de nada»

Uma mão cheia de nada foi o que os tra­ba­lha­dores da Ape­a­deiro 2020, con­ces­si­o­nária dos bares da Com­boios de Por­tugal (CP), de­nun­ci­aram até agora ter re­ce­bido da em­presa. Em greve desde dia 1, são cerca de 130 os tra­ba­lha­dores que estão há dois meses com sa­lá­rios e ou­tros ven­ci­mentos em atraso. Al­guns, com mais de 30 anos de casa, têm fi­lhos em casa para ali­mentar.

A sua si­tu­ação é, no mí­nimo, dra­má­tica. Em Lisboa, na es­tação de Santa Apo­lónia, e no Porto, na es­tação da Cam­panhã, estão de­zenas deles acam­pados há já vá­rios dias a exigir o pa­ga­mento dos sa­lá­rios, a ce­le­ri­dade da CP na re­so­lução da si­tu­ação e a de­fender os seus postos de tra­balho.

Eram 10h30 da manhã quando Paulo Rai­mundo chegou ao acam­pa­mento mon­tado no Porto. Mi­nutos antes tinha caído uma chuva in­tensa que não de­moveu os cerca de dez tra­ba­lha­dores acan­to­nados à porta da es­tação. Ao Se­cre­tário-geral do PCP acres­cen­taram novas in­for­ma­ções: a pressão de quem têm sido alvo pela CP, por exemplo, ou a de­cisão que re­cen­te­mente to­maram de sus­pen­derem os seus con­tratos de tra­balho para mi­ni­mi­zarem a gra­vi­dade da sua si­tu­ação. A pers­pec­tiva, agora, é a de re­ceber um sub­sídio equi­pa­rado ao de de­sem­prego. Mas mesmo o ce­nário menos ne­ga­tivo in­dica-lhes que só re­ce­berão qual­quer tipo de apoio da Se­gu­rança So­cial em Abril.

Sobre estes tra­ba­lha­dores, Paulo Rai­mundo cons­tatou que não lhes falta von­tade para tra­ba­lhar. Pelo con­trário, o seu de­sejo é apenas o de ga­rantir o me­lhor dos ser­viços aos utentes da CP, mas com con­di­ções de tra­balho e com um sa­lário digno e equi­pa­rado ao seu es­forço. Ainda enal­teceu a sua de­ter­mi­nação e uni­dade no pro­cesso de luta que têm tra­vado e ga­rantiu-lhes todo o em­penho do PCP na re­so­lução da sua grave si­tu­ação. Disto é exemplo o re­que­ri­mento de au­dição a estes tra­ba­lha­dores en­tregue na As­sem­bleia da Re­pú­blica, no dia 15, pelo grupo par­la­mentar co­mu­nista, e bar­rado pelo PS.

 

Ser­viços pú­blicos

A manhã pros­se­guiu com uma vi­sita a um pi­quete de greve dos tra­ba­lha­dores da Admi­nis­tração Pública no Hos­pital de São João. A for­tís­sima adesão à pa­ra­li­sação em todos os sec­tores – de es­colas a hos­pi­tais, de re­par­ti­ções a cen­tros de re­colha de lixo – não deixa, nas pa­la­vras de Paulo Rai­mundo, «outra al­ter­na­tiva ao Go­verno que não dar res­posta às justas rei­vin­di­ca­ções» destes tra­ba­lha­dores. «É pre­ciso que haja res­peito por estes tra­ba­lha­dores, esta gente que faz o País avançar e os ser­viços pú­blicos fun­ci­o­narem todos os dias», afirmou em de­cla­ra­ções pos­te­ri­ores. «Que haja res­peito e re­co­nhe­ci­mento pelo valor que têm e que se vá de en­contro às suas justas rei­vin­di­ca­ções», acres­centou.

Sobre o Go­verno e a tu­tela, Paulo Rai­mundo sa­li­entou ainda que «não vale a pena virem com o cho­ra­dinho de que não há di­nheiro». «Não! Há di­nheiro, muito di­nheiro, e é pre­ciso que ele seja dis­tri­buído de forma justa e cor­recta, para que cada um de nós possa viver em me­lhores con­di­ções», ar­gu­mentou.

 

Tra­ba­lha­dores es­sen­ciais

De tarde, foi a vez de se­guir até ao con­celho da Maia, com o resto do dia a ficar ocu­pado por con­tactos com tra­ba­lha­dores de duas em­presas: a pri­meira, Fi­co­ca­bles, uma fá­brica de ca­blagem; a se­gunda, AA­PICO, uma fun­dição de peças de ferro.

A de­le­gação co­mu­nista era com­posta, para além de Paulo Rai­mundo, por Jaime Toga, membro da Co­missão Po­lí­tica, e por ou­tros di­ri­gentes e mi­li­tantes lo­cais. Uma ca­lo­rosa re­cepção é a me­lhor forma de des­crever a forma como foram re­ce­bidos pelos tra­ba­lha­dores à porta dos seus lo­cais de tra­balho. Nin­guém saiu ou en­trou no seu turno sem re­ceber um pan­fleto no qual se des­tacam as pa­la­vras «És tu – que pro­duzes toda a ri­queza. É pre­ciso dis­tribuí-la com jus­tiça».

Na Fi­co­ca­bles, onde la­boram so­bre­tudo mu­lheres, as di­ri­gentes sin­di­cais, em­bora não sendo mi­li­tantes co­mu­nistas, fi­zeram questão de acom­pa­nhar e de se juntar à dis­tri­buição. Isto porque en­con­tram jus­teza nas pro­postas do PCP e os mo­tivos que as levam a or­ga­nizar os seus co­legas não di­ferem das ra­zões pelas quais os co­mu­nistas estão re­gu­lar­mente à porta da em­presa.

Já na AA­PICO, onde existe uma cé­lula de 16 co­mu­nistas, a re­cepção não foi di­fe­rente. Entre abraços e cum­pri­mentos de quem já há muito se co­nhece, houve ainda tempo para contar a his­tória de como as vendas es­pe­ciais do Avante! à porta das ins­ta­la­ções da­quela em­presa cos­tumam atingir 40 ou até mesmo 70 exem­plares.


Me­tro­po­li­tano de Lisboa

 

Na quinta-feira pas­sada, Paulo Rai­mundo vi­sitou também as ofi­cinas do Me­tro­po­li­tano de Lisboa. Em de­cla­ra­ções à porta da em­presa, o Se­cre­tário-geral afirmou que «mais sa­lá­rios, di­reitos e me­lhores con­di­ções de tra­balho e de vida» eram es­sen­ciais aos tra­ba­lha­dores que ga­rantem o fun­ci­o­na­mento do Metro, um meio de trans­porte im­por­tan­tís­simo na ci­dade de Lisboa.

A de­le­gação do PCP vi­sitou a quase to­ta­li­dade das ins­ta­la­ções, nas quais se in­cluem as ofi­cinas de re­pa­ração do ma­te­rial cir­cu­lante e de ou­tros ma­te­riais. Houve lugar a uma reu­nião com a ad­mi­nis­tração da em­presa e outra com os sin­di­catos e as di­versas es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores. Nesta úl­tima, sur­giram pre­o­cu­pa­ções como a falta de tra­ba­lha­dores, so­bre­carga de tra­balho e a ne­ces­si­dade de for­mação de novos tra­ba­lha­dores. As es­tru­turas re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores também aler­taram para o grande des­gaste e pe­no­si­dade de al­gumas fun­ções que são pro­vo­cados pelos ritmos de tra­balho des­re­gu­lados, os turnos, o tra­balho no sub-solo, o pó, ra­di­a­ções e até mesmo as re­fei­ções que são, em muitos casos, in­ge­ridas fora de horas. As vá­rias es­tru­turas apre­sen­taram ainda a cres­cente ex­ter­na­li­zação de vá­rios ser­viços re­a­li­zados e pres­tados pelo Me­tro­po­li­tano como um grave pro­blema.

 

Vendas es­pe­ciais do Avante! em Lisboa

 

Também no âm­bito da cam­panha Mais Força aos Tra­ba­lha­dores, a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP re­a­lizou, no dia 16 de Março, uma venda es­pe­cial do Avante!. A ini­ci­a­tiva, para além do con­tacto di­recto com os tra­ba­lha­dores do dis­trito, teve como ob­jec­tivo o apelo à par­ti­ci­pação na ma­ni­fes­tação na­ci­onal que se re­a­lizou, no dia 18, em Lisboa, pro­mo­vida pela CGTP-IN. Re­a­li­zaram-se bancas de venda do Avante! em em­presas como a SIMAR, a FIRMA-OLÁ, Va­lorsul, SMAS, Seda Ibé­rica, CM de Cas­cais, CM de Odi­velas, DHL, Dan­cake, OGMA, INCM, CO­FINA, LENC, na Se­gu­rança So­cial, na NOS de Campo Grande e nos CTT de Cabo Ruivo.




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