Aumentar salários e fixar preços para responder à subida da inflação

Dêem as voltas que quiserem dar, a única resposta ao problema que enfrentamos – a subida da inflação – são o indispensável aumento dos salários e pensões e a fixação dos preços dos bens essenciais, reafirmou o Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, em Serpa, intervindo no almoço-convívio regional do Alentejo, comemorativo dos 102 anos do PCP.

Almoço-comício em Serpa reuniu centenas de pessoas para comemorar 102 anos do PCP

O Parque de Feiras e Exposições de Serpa acolheu no domingo, 19, o almoço-comício regional do Alentejo para comemorar o 102.º aniversário do Partido Comunista Português. Participaram centenas de pessoas, que se deslocaram à Margem Esquerda idas de toda a região alentejana, de Beja a Évora, do Litoral a Portalegre.

Após o almoço e a actuação do grupo coral feminino As Ceifeiras de Pias – «damos os parabéns a este grande Partido com cante alentejano», explicaram –, decorreu o comício, com intervenções de Lucas Candeias, da Direcção Nacional da Juventude Comunista Portuguesa; de Manuel Valente, do Comité Central do Partido e responsável da Organização Regional de Beja; e do Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo. Antes, subiram ao palco Ângelo Alves, da Comissão Política, Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado, e responsáveis da estrutura partidária na região.

Paulo Raimundo lembrou que o PCP, ao longo da sua história secular, esteve sempre ao lado de quem trabalha, de quem trabalhou, de quem sofre na pele das mais variadas formas a exploração, «exploração que é a essência do sistema que combatemos». E reiterou que «o capitalismo, com uma natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora, é o problema e não a solução».

Manifestou-se contra a guerra – na Ucrânia, no Iémen, na Síria ou na Palestina, a que o imperialismo não hesita em recorrer –, ao serviço dos grupos económicos, «esses que lucram com ela, os únicos a quem interessa que a guerra e as sanções se prolonguem». E realçou que os povos precisam, exigem e têm direito à paz e o governo português está constitucionalmente obrigado a ir à procura desses caminhos da paz: «É esta a sua obrigação e não a de ser ventríloquo da NATO e da indústria do armamento».

«Isto não pode
continuar assim»

O Secretário-geral do PCP dedicou parte da intervenção à grave situação que se vive em Portugal, em que a generalidade da população atravessa dificuldades e está justamente descontente, já que os salários e as pensões não acompanham o aumento do custo de vida.

«O grau de injustiça e desigualdade em que vivemos é tal que enquanto três milhões de trabalhadores (70 por cento do total dos trabalhadores) ganham menos de mil euros brutos por mês, e dois milhões de pessoas estão na pobreza, dos quais mais de 300 mil crianças, os cinco por cento mais ricos concentram 42 por cento de toda a riqueza criada no País», ilustrou.

«Isto não pode continuar assim. Os preços continuam a aumentar, a especulação é cada vez mais visível, há muito que o denunciamos. Propusemos a fixação dos preços dos bens essenciais, em particular dos bens alimentares. O que fizeram PS, PSD, Chega e IL? Votaram contra, todos unidos, uma e outra vez. É vê-los agora todos aparentemente preocupados e de peito cheio. Mas no momento de decidir, no momento em que se exige determinação para afrontar os interesses da especulação, lá estão eles, unidos na defesa dos grupos económicos e dos seus vergonhosos lucros», considerou.

E garantiu: «Dêem as voltas que quiserem dar, a única resposta ao problema que enfrentamos é o indispensável aumento dos salários e pensões e a fixação dos preços dos bens essenciais. Esta é a medida que trava a especulação e que é um primeiro passo e uma importante melhoria na vida da ampla maioria da população. Não vamos desistir desta luta e temos os trabalhadores e as populações connosco nesta exigência».

Luta prossegue
pelo direito à habitação

O dirigente comunista abordou também a questão da habitação, a propósito do Banco Central Europeu (BCE) ter voltado a aumentar as taxas de juro: «O BCE decide, a banca faz mais um belo negócio e o mais de um milhão de famílias com crédito à habitação, as micro, pequenas e médias empresas pagam. A banca lucra quase cinco milhões de euros por dia, enquanto os custos com a habitação não param de aumentar, crescem as dificuldades para quem procura uma casa, os inquilinos vivem com o coração nas mãos, um milhão de famílias volta a enfrentar um novo aumento das prestações».

Para lá do ilusionismo político, disse, «o que se impõe é travar a subida das prestações do crédito à habitação, proteger os inquilinos dos despejos e das subidas de rendas, é aumentar a oferta pública de habitação». E reafirmou as propostas do Partido para fazer face a este grave problema.




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