Apostar em ciência e nos investigadores é garantir um futuro de desenvolvimento

O País não se de­sen­volve nem apro­veita po­ten­ci­a­li­dades sem in­vestir em ci­ência e tec­no­logia e na­queles que as pro­duzem: os in­ves­ti­ga­dores. O alerta foi dei­xado por Paulo Rai­mundo, an­te­ontem, antes de vi­sitar o Ins­ti­tuto Gul­ben­kian para a Ci­ência (IGC).

O co­nhe­ci­mento ad­qui­rido deve ser co­lo­cado ao ser­viço do País

O Se­cre­tário-geral do PCP deu con­ti­nui­dade ao Ro­teiro da Ci­ência e In­ves­ti­gação, que o Par­tido tem le­vado a cabo com a ideia cen­tral de que «o co­nhe­ci­mento de raiz ci­en­tí­fica, em qual­quer do­mínio, é um bem pú­blico» que per­mite «abrir pers­pec­tivas de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, so­cial e cul­tural», ca­bendo ao Es­tado «de­finir uma po­lí­tica ci­en­tí­fica que tenha em conta as ne­ces­si­dades na­ci­o­nais, nas vá­rias es­feras de ac­ti­vi­dade», como, aliás, se deixou claro aquando do seu ar­ranque, no inicio deste ano.

Aos jor­na­lista, à porta do IGC, em Oeiras, Paulo Rai­mundo, acom­pa­nhado por Jorge Pires, da Co­missão Po­lí­tica e por ou­tros di­ri­gentes e mi­li­tantes co­mu­nistas que tra­ba­lham no sector, in­sistiu, por isso, que apostar em ci­ência e tec­no­logia é fun­da­mental, desde logo para as­se­gurar que «todo esse co­nhe­ci­mento ad­qui­rido é co­lo­cado ao ser­viço do País e da pro­dução na­ci­onal».

Su­cede que a re­a­li­dade é la­men­ta­vel­mente di­fe­rente. Apesar de termos «in­ves­ti­ga­dores de alto ga­ba­rito, gente que é re­co­nhe­cida in­ter­na­ci­o­nal­mente pelo seu valor, es­forço, de­di­cação e em­penho», tal não tem cor­res­pon­dência no in­ves­ti­mento pú­blico.

Paulo Rai­mundo va­lo­rizou a exis­tência de «in­ves­ti­mentos como este, pri­vado». Con­tudo, sa­li­entou a ne­ces­si­dade de que o Es­tado não se de­mita do «papel de in­ves­tidor no sis­tema ci­en­tí­fico e tec­no­ló­gico, na pro­dução de co­nhe­ci­mento», de­sig­na­da­mente «as­se­gu­rando a es­ta­bi­li­dade das ins­ti­tui­ções e ga­ran­tindo a es­ta­bi­li­dade da­queles que pro­duzem a in­ves­ti­gação: os in­ves­ti­ga­dores».

Com­bater a pre­ca­ri­e­dade entre os in­ves­ti­ga­dores e dar me­lhores con­di­ções a ho­mens e mu­lheres da Ci­ência, é, neste con­texto, uma pri­o­ri­dade. Tanto mais con­si­de­rando a ne­ces­si­dade de fixar pro­fis­si­o­nais «al­ta­mente qua­li­fi­cados», rei­terou.

 

Alerta an­tigo

Ques­ti­o­nado pelo Avante! sobre a ma­téria em apreço, no­me­a­da­mente acerca das pri­o­ri­dades de in­ves­ti­mento pú­blico que o PCP iden­ti­fica – além da pro­dução de me­di­ca­mentos, que ga­nhou re­le­vância du­rante o surto epi­dé­mico, o Se­cre­tário-geral do PCP deu como exem­plos as ener­gias re­no­vá­veis ou a pro­dução ali­mentar, áreas já alvo da atenção co­mu­nista neste Ro­teiro, aquando das vi­sitas re­a­li­zadas a cen­tros de co­nhe­ci­mento em Évora e Elvas.

Re­corde-se que na Re­so­lução Po­lí­tica apro­vada no XX! Con­gresso, no final de 2020, o Par­tido cri­tica a ma­nu­tenção de «uma po­lí­tica de fra­gi­li­zação do Sis­tema Ci­en­tí­fico e Tec­no­ló­gico Na­ci­onal, im­pe­dindo-o de fun­ci­onar como agente ca­ta­li­sador das ne­ces­sá­rias trans­for­ma­ções eco­nó­micas e so­ciais e de pro­mover uma base ci­en­tí­fica e téc­nica de­sen­vol­vida, si­tu­ação que con­di­ciona o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano e in­de­pen­dente do país». Dá como exem­plos «a des­va­lo­ri­zação a que estão su­jeitos os La­bo­ra­tó­rios do Es­tado» e «o sub­fi­nan­ci­a­mento, bem como pro­blemas es­pe­cí­ficos de car­reiras dos seus pro­fis­si­o­nais, de pre­ca­ri­e­dade, de li­mi­tação de con­cursos».

«Não existe em Por­tugal uma po­lí­tica ci­en­tí­fica na­ci­onal es­tável e per­ma­nente, com pri­o­ri­dades te­má­ticas e de fi­nan­ci­a­mento, sendo a si­tu­ação do sector mar­cada por op­ções avulsas, des­co­nexas e dis­tantes das ne­ces­si­dades do país, cap­tu­radas pelo in­te­resse do ca­pital e su­bor­di­nadas às im­po­si­ções di­tadas pela UE» e «o re­du­zido fi­nan­ci­a­mento é ainda agra­vado pelo facto de parte sig­ni­fi­ca­tiva ser ca­na­li­zado para grandes em­presas do sector ter­ciário, de­sig­na­da­mente do sis­tema fi­nan­ceiro, em vez de o di­rigir pre­fe­ren­ci­al­mente para o au­mento da pro­du­ti­vi­dade e da com­pe­ti­ti­vi­dade da eco­nomia na­ci­onal», afirma-se, ainda, no do­cu­mento.

 



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