Manifestação em Lisboa por uma vida justa
«Todos os dias os preços sobem, os despejos de casa aumentam e os salários dão para menos dias do mês» alerta o movimento «Vida Justa», que no sábado promoveu uma manifestação em Lisboa com milhares de pessoas.
«Não pode ser sempre o povo a pagar tudo»
«Todas e todos por uma vida justa», lia-se numa enorme faixa que encabeçava o desfile, entre a praça do Marquês de Pombal e a Assembleia da República. «Queremos pão, não inflação», «basta de aumento dos preços», «casas para morar, não para especular» e «fartos de sobreviver, queremos viver»foram outras das mensagens trazidas pelos manifestantes, que entoaram palavras de ordem como «lutar, lutar, para a fome acabar. Lutar, lutar, queremos casas para morar».
«Vida Justa» é composto por moradores dos bairros da periferia de Lisboa e militantes de várias causas e movimentos sociais. «Depois da pandemia vieram as guerras e as sanções e com elas a crise social e a ameaça de recessão económica. A crise não parece ter fim», alerta o manifesto do movimento, onde se refere que «as pessoas são vítimas de uma sociedade que acha normal pagar mal a quem trabalha», ao mesmo tempo que «todos os dias, vemos os lucros das petrolíferas e das grandes empresas a crescerem, e os salários de quem trabalha a desaparecerem». No texto, acusa-se ainda o Governo do PS de estar «mais preocupado em pagar a dívida pública ao dobro da velocidade que a União Europeia nos quer obrigar, do que em ajudar a maioria das pessoas a resistirem a esta crise».
Porque «não pode ser sempre o povo a pagar tudo, enquanto os mais ricos conseguem ficar ainda mais ricos», exige-se «um programa de crise que defenda quem trabalha». Tabelar os preços da energia e dos produtos alimentares essenciais; congelar os juros dos empréstimos das casas; proibir os despejos; aumento geral dos salários acima da inflação; medidas para apoiar as pequenas empresas, são algumas das reivindicações.
Solidariedade do PCP
A acção contou com a presença de umadelegação do PCP, composta por João Ferreira, Paula Santos, da Comissão Política, António Filipe e Ana Gusmão, do Comité Central. O Partido, na sua iniciativa política e institucional, tem avançado com propostas concretas que garantem resposta à aspiração de uma vida justa, sempre inviabilizadas por PS, PSD, IL e Chega.