Viagens do Alto Minho para o Porto registam aumento incomportável
Os utentes do serviço ferroviário do Alto Minho foram surpreendidos com o brutal encarecimento dos preços da viagens para o Porto, denuncia a Direcção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP.
Os custos mensais variam entre os 286 e os 440 euros
O aumento incomportável surpreendeu a população, que deixou de poder adquirir o passe mensal e, a partir do início deste ano, está a ser forçada a comprar bilhetes. No total, calculou a DORVIC, os utentes passam a pagar, por mês, entre Malgaço e Porto mais 259% (170 para 440 euros), entre Ponte de Lima e o Porto mais 205% (150 para 308 euros), e entre Viana do castelo e o Porto mais 220% (130 para 286 euros).
«Estes aumentos somam-se a todos os outros (bens alimentares, habitação, electricidade, gás, portagens) e são inaceitáveis, particularmente num contexto de baixos salários e pensões», considera o Partido, que denuncia que, na última reunião da Câmara Municipal de Viana do Castelo, «o presidente da Câmara e a vereadora com o pelouro dos transportes, disseram que desconheciam a situação». Contudo, «segundo informações prestadas pela empresa AV Minho, esta decisão decorre dos processos de concessão em curso, cuja responsabilidade é das câmaras e das comunidades intermunicipais do Cávado e do Alto Minho».
«Uma vez mais, as Câmaras desdobram-se em propaganda e declarações bonitas sobre a descarbonização, a defesa do ambiente e a promoção do transporte público, mas depois nada fazem para promover efectivamente o uso do transporte público, abandonando os utentes e a mobilidade das populações», considera ainda o Partido, que «reclama que as câmaras municipais, as CIM do Alto Minho e do Cávado resolvam imediatamente esta situação» e garantam a utilização dos passes no serviço expresso.
O PCP defende igualmente que aquelas entidades, bem como a Área Metropolitana do Porto, «promovam a mobilidade e redução de custos». Nomeadamente com a «criação de um passe regional de 40 euros que permita a deslocação entre os concelhos do Alto Minho e o Porto, garantindo a possibilidade de utilização de qualquer meio de transporte (autocarro, metro e comboio)».
Os comunistas do Alto Minho pretendem ainda, «um investimento sério nos transportes públicos, com vista ao reforço da oferta e redução dos preços, assegurando no Alto Minho reduções equivalentes às que existem nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa».