Quem faz o País avançar merece respeito
Empenho com a luta por mais e melhores salários foi o compromisso que o Secretário-geral do PCP reafirmou aos trabalhadores da Eugster & Frismag, em Torres Vedras, durante uma acção de contacto na passada sexta-feira.
É preciso multiplicar por outras empresas este exemplo de organização e mobilização
Os relógios marcavam as 17h15 quando uma torrente de trabalhadores começou a abandonar a empresa de montagem de máquinas de café localizada em Ponte de Rol. Pouco antes, já vários grupos de militantes comunistas se tinham distribuído pelos diferentes pontos de acesso às instalações da fábrica. Com um desses grupos estava Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP, com um molho de folhetos prontos a serem entregues.
Tal como em muitas outras empresas, os trabalhadores da Frismag deparam-se hoje com novos e velhos problemas. Muitos dos que desempenham uma das tarefas mais essenciais – a montagem de peças para as máquinas de café – mantêm vínculos extremamente precários, contratados com recurso a uma empresa de trabalho temporário. À parte disso, a administração informou que o aumento salarial seria apenas de 21 euros, valor muito aquém do brutal aumento do custo de vida que marca o nosso tempo.
Paulo Raimundo e os demais militantes comunistas que se concentravam junto às instalações da empresa não foram recebidos com surpresa. Os trabalhadores da Frismag estão habituados à sua presença.
Como estão também acostumados a processos de luta: já em Junho do ano passado tinham exigido aumentos salariais, a redução do horário semanal para 35 horas, o acesso a 40 horas de formação e a 25 dias de férias.
Vários trabalhadores deram conta de alguns dos seus problemas concretos e outros, sem saberem das várias equipas distribuídas pelas várias entradas, fizeram questão de receber um dos documentos: «Ia sair por outra porta, mas queria levar um panfleto comigo», afirmou uma das trabalhadoras.
Luta vai prosseguir
«Andam aqui pessoas há 10 anos com contratos precários», salientou Duarte Fontes, trabalhador da Frismag e dirigente do SITE-Sul, já em conversa com Paulo Raimundo. O dirigente sindical informou ainda que a administração da empresa tinha acabado de recusar, naquele mesmo dia, a proposta do sindicato de um aumento de 90 euros e que se iria realizar, no dia 11, um novo plenário de trabalhadores para deliberar sobre uma resposta.
«É com este esforço e com este trabalho que o País anda para a frente. Isto é gente que merece respeito, dignidade, uma vida melhor. Para isso é preciso que tenham direito a mais salários e melhores condições de trabalho», afirmou o Secretário-geral em declarações prestadas no final da iniciativa.