Tomar a iniciativa e avançar para a luta
«A partir do momento em que nos começamos a envolver são muitas as questões que se esclarecem sobre os diversos problemas que enfrentamos e as dificuldades que sentimos. O nosso envolvimento político e a nossa acção são uma grande força», afirma Bianca, 23 anos, natural de Oeiras e arquitecta de profissão. Militante da JCP há cerca de um ano e do PCP há pouco menos, esta jovem conta que o seu processo de aproximação ao Partido contou com alguns anos. Descobriu que foi junto dos comunistas que encontrou quem defendia os seus interesses. O processo não foi simples nem linear, mas permitiu que Bianca desse o passo da militância. Com toda a confiança!
Tal como esta jovem militante, são muitos os que estão ao lado do PCP e com ele convergem quando é preciso juntar forças. No contacto directo e concreto e na partilha de experiências colectivas e individuais, são tantos os outros que percebem que o voto, o apoio «à distância» e a participação ocasional não chegam. Esta semana chegam ao Avante! relatos de duas militantes que perceberam a importância e o valor da militância através de um processo gradual de consciencialização e esclarecimento.
Bianca admite que sempre se identificou com valores de esquerda, mas nem tanto com o Partido, sobre o qual começou por ouvir falar na comunicação social e nem sempre com palavras simpáticas. No entanto, foi apenas quando entrou para o Ensino Superior e se tornou trabalhadora-estudante que começou a observar os problemas que sentia com maior atenção. Apesar de tudo, foi mesmo no trabalho que percebeu que alguma coisa não estava estruturalmente bem. «Não era possível que lá em casa estivéssemos todos a trabalhar e que ainda assim não conseguíssemos ter a nossa vida arrumada», conta.
O «clique» para Bianca fez-se aquando do chumbo do Orçamento do Estado para 2022. «Foi com o ataque que foi feito ao PCP e com os resultados das eleições que se seguiram que percebi que sozinha não me valia a mim própria e que tinha de fazer a minha parte», revela. Procurou o site da JCP, contactou a organização e pouco tempo depois já somava a sua força às dos restantes jovens comunistas.
Carolina, jurista com 23 anos,conta uma história parecida. Considerava-se «de esquerda», apesar de achar que não existia um partido com quem partilhasse todas as posições. No seu dia-a-dia, apesar de se inserir num meio «um bocado anticomunista», foi começando a estudar e a ler mais sobre a história do País, do Partido, sobre as posições dos comunistas e assim, começou a aproximar-se da organização. «Comecei a tirar as minhas conclusões e, com o meu namorado, comecei a ir a algumas iniciativas da JCP e do Partido. Foi um passo muito importante para mim porque percebi que havia mesmo pessoas a trabalhar num sentido que era também o meu e que queria fazer parte daquilo», relata.
Apesar de tudo isso, Carolina quis esperar até ter a certeza da sua decisão pois, para si, a militância não era algo que poderia fazer de ânimo leve. Quando começou a trabalhar na área de apoio ao migrante e a contactar com pessoas em situações muito vulneráveis, percebeu que o momento tinha chegado. Inscreveu-se na JCP e no PCP em Dezembro de 2022.