Prosseguir o combate no ano que vai entrar

«Vamos falar de esperança, futuro, propostas e soluções», foi a promessa cumprida por Paulo Raimundo numa iniciativa com cerca de 300 militantes e amigos do PCP, sábado, 17, em Braga.

Façamos da injustiça força para lutar

No já tradicional jantar de fim de ano promovido pela Organização Regional de Braga (ORB) do PCP, o Secretário-geral comunista sublinhou ainda a importância de falar «de direitos e caminhos e opções», de «trabalho, vidas e pessoas», da «alternativa política» que «coloca como opção os interesses do País, que coloca no centro da sua acção os trabalhadores e o povo».

A ocasião era, considerou também Paulo Raimundo, «oportuna», tratando-se de «um momento especial» num «local apropriado». Especial porque, como o próprio lembrou trazendo à memória o período em que foi responsável pela ORB, «neste jantar já tinha feito de tudo, mas é a primeira vez que participo como Secretário-geral». Num «local apropriado» porque, como não é de estranhar, os cerca de 300 militantes e amigos do PCP que marcaram presença na cantina da Agere são gente de trabalho e de luta.

Aliás, de trabalho e de luta começaram por falar os primeiros a assumir a tribuna no período das intervenções políticas. António Joaquim, em nome da JCP, destacou a intensa intervenção junto dos estudantes da Universidade do Minho e nas escolas do ensino profissional e criticou o facto de, no Orçamento do Estado, Governo e maioria PS recusarem «eliminar propinas ou reforçar o alojamento estudantil público».

Os mesmos Governo e maioria PS que recusam aumentar salários apesar de, «em pleno século XXI em Portugal, conviverem a «miséria e o luxo ostensivo», lamentou, por seu lado, Sílvio Sousa, do Executivo da Direcção da ORB, antes de apelar à iniciativa em defesa da valorização do trabalho e dos trabalhadores, mas, igualmente, dos serviços públicos e funções sociais do Estado. Mais concretamente, na região, em defesa da Maternidade do Hospital de Vila Nova de Famalicão, pela construção de ligação ferroviária directa entre Braga e Guimarães ou pelo resgate para a gestão pública da concessão da Água em Barcelos.

Presente e futuro

No mesmo sentido, intervindo no encerramento do jantar em Braga, sábado, 17, Paulo Raimundo salientou que «ultrapassado e velho são o empobrecimento, o roubo nos salários e pensões e a precariedade no trabalho e na vida». Contudo, para cada um dos problemas, o Partido tem propostas e reivindicações.

Referiu, por isso, entre outras matérias, os horários desregulados e a justeza da redução da jornada de trabalho semanal para as 35 horas; o «risco de ficar sem casa» face ao «aumento das taxas de juro» e à actualização das rendas, e a necessidade de limitar umas e outras; o facto de começar «a faltar vida, qualidade de vida, com este tipo de empregos» e, bem assim, a urgência de revogar «a caducidade da contratação colectiva, repor o princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, acabar com a adaptabilidade e os bancos de horas» e fazer corresponder a uma função permanente um vínculo efectivo.

Paulo Raimundo também não deixou de abordar outros problemas, caso da degradação do SNS e do «aumento do custo de vida», cujo «grande remédio» passa pelo «aumento generalizado dos salários, reformas e pensões, e a fixação dos preços».

«Mais de 2 milhões de pessoas são pobres, 388 mil das quais crianças e 700 mil trabalham todos os dias», enquanto «um punhado se enche [de lucros] como se não houvesse amanhã».

«É isto uma sociedade moderna e avançada? É justo?», questionou o dirigente comunista, que antes de considerar que «taxar os lucros dos grupos económicos a 35%» é que «era «de valor», apelou a que «façamos da injustiça de todos os dias força para lutar, para trazer mais injustiçados para esta mesma luta que é a sua».



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