«Cada fio de vontade são dois braços»

Há décadas que muitos apregoam, como verdade consumada, que o PCP está a definhar, a perder a sua relevância no plano político nacional, que os seus militantes são velhos e cada vez menos. Não é verdade. Não o é porque, todos os dias, os comunistas refutam-no. Refutam-no em todas as distribuições realizadas à porta de uma empresa, em todos os contactos com trabalhadores, nas dezenas de iniciativas que se realizam diariamente por todo o País, em todas as propostas apresentadas pelos eleitos da CDU nas muitas autarquias, na Assembleia da República, Parlamento Europeu, e Assembleia da Região Autónoma da Madeira, em todas as Festas do Avante!, em todas as lutas, em todos congressos, encontros, assembleias e conferências, e, sobretudo, em todas as pessoas, muitas delas jovens, que decidem procurar o Partido e nele militar.

Esta semana, o Avante! traz o relato de dois jovens militantes que chegaram ao PCP através da JCP e que demonstram, através do seu exemplo pessoal, o potencial de rejuvenescimento e reforço do Partido.

Francisco, apesar de passar algum tempo em Gaia, é natural do Porto. Tem 21 anos e estuda no Instituto Superior de Engenharia do Porto. Admite que sempre ouviu falar do PCP porque desde muitocedo teve contacto com o aspecto político da vida. Lembra-se de, em casa, ver o seu pai, professor e de esquerda, descontente com as condições de trabalho no ensino.

Já no Ensino Secundário, sem saber, Francisco participou em várias acções de lutaque contaram com dinamização e envolvimento de militantes da JCP.Daí até à sua inscrição, para Francisco, faltou apenas experienciar o contacto concreto com a organização dos jovens comunistas. O momento chegou depois de travar amizade com alguns desses jovens: foi convidado para um encontro regional, no dia 10 de Abril, e foi nessa mesma iniciativa que preencheu a ficha de inscrição. Já a ficha do Partido, entregou-a na semana anterior à última edição da Festa do Avante!.

Acerca da sua militância, Francisco, que assegura agora a tarefa da imprensa partidária na Comissão Regional do Porto da JCP, diz estar muito certo: «Acredito mesmo nisto e só o deixo de fazer se o Partido mudasse completamente e não estou a ver isso acontecer. Estou confiante que é mesmo para vida».

Matilde é ligeiramente mais nova. Com 17 anos e natural de Santarém, entrou, este ano lectivo, no Ensino Superior, onde estuda História na Faculdade de Letras de Coimbra. Ao contrário de Francisco, através de familiares militantes ou apoiantes, Matilde sempre teve, ao longo da sua vida, um contacto muito directo com o PCP e a CDU. Apesar desse historial familiar, pelo estigma com que partes da sociedade tratam os comunistas, sempre teve algum receio de se juntar à organização: «eu já sabia que o comunismo não seria, efectivamente, uma coisa verdadeiramente má, mas tinha receio de dizer que era comunista. Tinha medo da reacção dos meus colegas, professores, e do anti-comunismo no geral».

O receio de Matilde foi desaparecendo ao compreender melhor a história e o que é realmente o comunismo e através de muitas conversas com o seu irmão, também militante. Acabou por se inscrever em Janeiro de 2022, na JCP e no PCP. Ao dia de hoje, afirma que já não se revê em qualquer outro tipo de ideais, que sente felicidade ao participar na construção do projecto colectivo apresentado pelo PCP e que não tem dúvidas de que encontrou o sítio certo.

 



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