Realidade confirma urgência de lutar para aumentar salários

A CGTP-IN reagiu à divulgação pelo INE dos dados da inflação, que atingiu em Outubro os 10,2 por cento, reafirmando a justeza e a necessidade de elevar a luta pelo aumento dos salários, a valorização dos direitos e o controlo dos preços.

Para 25 de Novembro, junto à Assembleia da República, está marcada uma concentração

Para a central sindical, a subida da inflação (mais 0,9 por cento relativamente ao mês anterior), demonstra «uma vez mais que o aumento geral dos salários é tão urgente quanto necessário». O que os dados do INE revelam é que «mês após mês os trabalhadores vêem o seu salário minguar face aos custos dos bens e serviços essenciais».

Mas os dados revelam igualmente a «ausência de medidas que combatam seriamente o agravamento das condições de vida, por parte do governo maioritário do PS». Para a CGTP-IN, as medidas que têm sido aplicadas «não atacam a natureza do problema, actuando apenas como meros paliativos que não resolvem a agonia que afecta quem vive do seu trabalho».

Dando exemplo de algumas subidas de preços de bens e serviços essenciais – habitação (+ 10,46%), peixe (+18,9%), energia (+27,64%) –, a Intersindical exemplifica com a variação verificada na energia entre Setembro e Outubro (6,71 por cento) para demonstrar a incapacidade do Governo em enfrentar a especulação dos preços. Ora, realça, são precisamente os grandes grupos económicos, «da distribuição à banca, passando pelo sector energético, que beneficiam do actual estado de coisas, multiplicando os seus enormes lucros, à custa da pobreza e miséria do povo português».

É precisamente nas actividades que comercializam os bens essenciais (banca, grande distribuição e energéticas), que se verificam os maiores aumentos de preços, constata a CGTP-IN, concluindo: «uns poucos acumulam riqueza à custa da pobreza da maioria.»

Travar o roubo

Perante o que considera ser uma «situação insustentável, injusta e inaceitável», a Intersindical reafirma a necessidade, por si reivindicada, de se «promover o aumento urgente dos salários, de forma a repor o rendimento já perdido por quem trabalha», pois não são os irrisórios 125 euros que trarão justiça ao «autêntico roubo que está a ser levado a cabo sobre os trabalhadores».

Exige, ainda, «medidas efectivas de controlo dos preços dos bens essenciais e da energia, de forma a colocar-se um travão à espiral especulativa de agravamento dos preços e do custo de vida». A revogação das normas gravosas da legislação laboral é outra das reivindicações da CGTP-IN para defender e valorizar os direitos e condições de vida dos trabalhadores.

A central recorda, a este propósito, a realização da concentração junto à Assembleia da República, no dia 25, sob o lema «Mais Salário! Melhores pensões! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos! Investir nos serviços públicos». E realça ainda a Semana de Luta nas empresas e serviços, entre 10 e 17 de Dezembro, com greves e paralisações e outras iniciativas nas empresas, serviços e sectores, bem como acções de rua nos distritos.


18 de Novembro é dia de greve nacional da Administração Pública

«Os trabalhadores da Administração Pública não aceitam empobrecer a trabalhar e exigem soluções para acabar com a desvalorização dos seus salários e carreiras», assume a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, para quem a proposta de OE para 2023 «continua sem responder aos problemas, apesar de haver verbas para financiar uma política diferente».

Face ao que considera ser a «falta de vontade e coragem do Governo PS», a estrutura sindical garante que o caminho é a «continuação da luta», e desde logo a greve nacional da Administração Pública marcada para 18 de Novembro.




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