Reforçar e cerrar fileiras para construir futuro
Até formar consciência de classe e, consequentemente, chegar ao Partido, são muitos os caminhos, os momentos e as experiências que cada pessoa vivencia. Prova disso são os muitos relatos que têm chegado ao Avante!. Através do contacto com a JCP na escola, da procura de soluções para quem sofre com a falta de condições na empresa ou através da esperança num futuro que, para muitos, parece mais escuro a cada dia que passa – o PCP é o destino e, para muitos, em simultâneo, o caminho. Em todas as esferas da vida há um combate a ser travado e em todos eles o PCP está presente.
Inês, embora ouvisse falar do PCP desde muito nova, tomou partido aos 21 anos. Foi através das histórias contadas pela sua avó, participante na Revolução de Abril, que passou a conhecer, de forma mais geral, os valores e os ideias comunistas. Mais tarde, ainda em casa, em Beja, de onde é natural, foi a vez de a mãe começar a falar-lhe do Partido.
Pouco a pouco Inês, que estuda Psicologia na Universidade de Évora e trabalha numa loja de roupa, começou a ir a iniciativas do PCP e da CDU. Todos estes elementos conduziram-na até ao Partido, no qual se inscreveu no Verão do ano passado. Afirma que para isso foi preciso conhecer melhor as ideias comunistas e lamenta que nem toda a gente tenha a oportunidade para o fazer. Exemplifica: «Uma posição do Partido tem sempre muita explicação e muitos elementos que a justificam e isso a comunicação social não passa cá para fora».
Acerca da sua integração no colectivo partidário, Inês conta que está sempre ocupada com alguma coisa. Desde o ano passado que é convidada para as muitas iniciativas realizadas pelo Partido e, em quase todas, ajuda no que pode.
«Há um estigma sobre o Partido e a política no geral», reflecte. «Muitos jovens defendem ideias muito parecidas com as nossas, mas inscreverem-se no Partido é impensável por causa disso». «É preciso continuar a criar condições para que estes jovens se sintam acolhidos e que percebam que o seu contributo é valioso», afirma.
Luís tem 52 anos e é natural de Serpa. Nasceu e foi criado no campo, mas, em jovem, por falta de trabalho, viu-se forçado a abandonar a sua terra. Foi parar a Sesimbra, onde encontrou emprego numa serração de mármores. Uma actividade muito pesada, segundo conta. Manteve o mesmo ofício durante 19 anos, até que surgiu a oportunidade de concorrer a um concurso público para a autarquia de Sesimbra, onde a CDU tem a maioria.
A sua primeira memória de ouvir falar do PCP está perdida no tempo. Reconhece que desde sempre e desde muito novo que o Partido é algo que se embrenha com a vida e com a realidade das pessoas da sua terra. No entanto, foi a partir do momento em que começou a trabalhar na recolha de resíduos urbanos, em Sesimbra, que se agarrou ao Partido. Observar o método de trabalho dos comunistas na gestão autárquica foi o que bastou para Luís se «agarrar ao Partido». «Comecei a ser muito fiel ao voto na CDU», afirma.
Voltou para Serpa há oito anos, onde continua a trabalhar no mesmo sector. Ingressou no Sindicato da Administração Local e, daí até se inscrever no Partido, bastou apenas ser convidado.
«Quero continuar a ser comunista. Sinto-me bem. O Partido lida com a realidade e a realidade é esta: a de quem trabalha», respondeu Luís quando questionado acerca do futuro.