PCP recorda Victor de Sá

O Salão Nobre do Theatro Circo, em Braga, recebeu, na quarta-feira, 2 de Junho, a Conferência intitulada Victor de Sá: Uma vida de acção cívica, política e cultural, iniciativa com que a DOR Braga deu início às comemorações do centenário do nascimento de Victor de Sá.

Perante uma sala cheia, a sessão, moderada por Bárbara Barros – primeira candidata à Câmara Municipal de Braga pela CDU –, contou com um rico e diversificado conjunto de intervenções que destacaram a personalidade multifacetada de Victor de Sá: livreiro, historiador, professor universitário, escritor, resistente antifascista e militante comunista.

«Os livros na vida de Victor de Sá» foi o tema da intervenção de Henrique Barreto Nunes, antigo director da Biblioteca Pública de Braga, descrevendo a paixão de Victor de Sá pelos livros e pela sua divulgação. Fernanda Ribeiro, professora universitária e directora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (ela própria antiga aluna e colega de Victor de Sá), descreveu o seu percurso como investigador, docente universitário e divulgador da História contemporânea, um percurso só possível depois do 25 de Abril, pois tinha sido proibido pelo fascismo de leccionar.

Vários intervenientes referiram-se à actividade antifascista de Victor de Sá. Da sua participação no grupo dos Democratas de Braga falou José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, recordando o episódio em que, numa reunião acerca da participação num acto eleitoral, Victor de Sá afirmou que «a luta não se faz por actos de ausência, ainda que ruidosa. A luta faz-se pela acção, correndo todos os riscos, não deixando de usar todos os meios no contexto que nos é dado».

A luta antifascista trouxe Victor de Sá ao PCP, depois de ter feito parte do MUNAF e do MUD. E foi já na condição de comunista que discursou das varandas do edifício da Câmara Municipal de Braga, a 26 de Abril de 1974. Tornou-se o primeiro deputado comunista eleito pelo distrito, em 1979, e na sequência das eleições autárquicas de 1985 veio ainda a ser presidente da Assembleia Municipal de Sintra.

Sobre «o militante comunista», interveio António Lopes (que durante anos foi responsável pela Organização Regional de Braga do PCP), que sublinhou o carácter frontal e acutilante de Victor de Sá, características fundamentais no contributo que este «operário da cultura e da política» prestou para o derrube do fascismo e o nascimento da democracia.

A última intervenção coube a Victor Louro (filho de Victor de Sá), que falou acerca do «lado familiar do resistente», descrevendo os impactos familiares dessa condição, que o conduziu a várias prisões, proibições e perturbações na vida profissional. Destacou o papel da companheira em contornar estas contrariedades, mantendo os valores familiares da «dignidade, a responsabilidade e a solidariedade».




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