A Festa organizada pelo PCP

Nos dias que hoje correm já ninguém pode negar que o interesse da Comunicação Social pela Festa do «Avante!» é incomparavelmente superior a outros anos. Esta afirmação justificar-se-ia bem apenas com a quantidade de artigos e de peças que se têm produzido ou com a participação de órgãos de comunicação social na mais recente conferência de imprensa de apresentação da edição 2020 da Festa, uma participação muito superior à do ano passado. Facto que seria de saudar se fosse expressão do devido e justo interesse que o valor da Festa justifica.

Poder-se-ia dizer que é no surto epidémico de COVID-19 e nas condições particulares de medidas de protecção sanitária que o evento merece agora particular interesse.

Mas é mais do que isso, à boleia do surto epidémico vieram os ataques a direitos e a procura pelo grande capital de trilhar um caminho de progressiva limitação de direitos onde se enquadra a actividade política. A Comunicação Social, o trabalho que tem desenvolvido neste período, não está desligada dessa linha, tendo para tal assumido um papel de relevo na transmissão do medo junto das massas condicionador do exercício de direitos fundamentais como são os de reunião ou de manifestação.

Tendo a Festa do «Avante!» características que a distinguem de muitas outras iniciativas e festivais que se realizam no País, desde logo pelo seu profundo carácter político e cultural, o seu espaço acolhe igualmente um cartaz de espectáculos que tem recebido tratamento distinto de outros eventos.

Nessas iniciativas vemos peças que valorizam o cartaz, os músicos que vão actuar, o que ali vai acontecer, e menoriza-se em larga medida as medidas sanitárias. Nas peças sobre a Festa do «Avante!» são as medidas sanitárias o destaque e o que vai acontecer passa para segundo plano ou é completamente esquecido e apagado.

Valorizando-se o cartaz para uns, e insistindo até à exaustão nas medidas sanitárias com a Festa do «Avante!», procura a Comunicação Social desenvolver um sentimento de insegurança em relação à Festa do «Avante!» e de segurança em relação às outras iniciativas, que tem sido acompanhada da falsa tese do estado de excepção para a Festa do «Avante». Excepção que não existe, nem nunca existiu, como se comprova pelas diversas iniciativas e festivais que estão marcadas para Agosto e que o DN e Blitz fizeram questão de divulgar.

Tendo o PCP sido, desde o primeiro momento, claríssimo nas medidas sanitárias que está a tomar divulgando-as pelos mais variados meios, e estando cada vez mais iniciativas a ter lugar pelo País, vão faltando argumentos, e por isso a mais recente preocupação da Comunicação Social é com a quantidade de pessoas que vão ao que hoje é um “mega-evento” realizado pelo PCP e que há coisa de um ano atrás era uma coisinha que o PCP para ali fazia na Quinta da Atalaia onde o Secretário-Geral discursava depois de uns concertos.

EP vendidas, lotação do espaço, limites às entradas, confusões entre lotação e pessoas que vão à Festa, pronto isto e ainda se vai haver distanciamento físico no bienal concerto de Xutos e Pontapés. Tudo é motivo para procurar brechas para o ataque à Festa para a sua descredibilização junto das massas, porque sabe quem manda na Comunicação Social, o que representaria para a consciência de milhões de portugueses o sucesso da Festa organizada pelo PCP. É que se o ódio à Festa vem desde a sua primeira edição, a sanha da classe dominante para com o PCP vem desde 1921.




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