O es­paço, re­cons­truido em 1932 no Parque Edu­ardo VII e que teve, em 1984, o seu nome al­te­rado, de Pa­vi­lhão dos Des­portos para Pa­vi­lhão Carlos Lopes (em ho­me­nagem ao ma­ra­to­nista por­tu­guês, me­dalha de ouro nos Jogos Olím­picos de Los An­geles, nesse mesmo ano), foi en­cer­rado em 2003. Mas re­a­briu a 18 de Fe­ve­reiro de 2017, re­qua­li­fi­cado e pronto para aco­lher eventos de re­levo.

Ora, aquele, sendo icó­nico para a ci­dade de Lisboa, não o é menos para os co­mu­nistas por­tu­gueses e para os seus ali­ados, que ali re­a­li­zaram ao longo de dé­cadas de­zenas de ini­ci­a­tivas: en­con­tros e con­fe­rên­cias de di­versa na­tu­reza, co­mí­cios de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista e de cam­panha elei­toral, co­mí­cios de co­me­mo­ração do ani­ver­sário do Par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores e até um Con­gresso.

Saídos da di­ta­dura

Com efeito, foi no então Pa­vi­lhão dos Des­portos que o PCP re­a­lizou o seu pri­meiro Con­gresso na le­ga­li­dade, o VII (ex­tra­or­di­nário). Es­tá­vamos a 20 de Ou­tubro de 1974, os co­mu­nistas por­tu­gueses, vistos pelo nosso povo como os cam­peões da luta pelo der­ru­ba­mento do fas­cismo, as­su­miam-se como a força mais co­e­rente e só­lida na con­so­li­dação da de­mo­cracia e da li­ber­dade, bem como a mais de­ter­mi­nante nas con­quistas e re­a­li­za­ções re­vo­lu­ci­o­ná­rias que pro­du­zi­riam efeitos pro­fundos na so­ci­e­dade por­tu­guesa.

As­si­nalar vida

de­di­cada à luta

Outro mo­mento que vale a pena re­gistar é a inau­gu­ração no Pa­vi­lhão dos Des­portos da ex­po­sição alu­siva aos 60 anos do PCP, mostra que ali es­teve pa­tente de 3 a 20 de Maio de 1981. Umas se­manas antes, o Avante! ga­rantia que, fruto da «ima­gi­nação, cri­a­ti­vi­dade e tra­balho dos co­mu­nistas e amigos do Par­tido», iria trans­formar o es­paço numa «sala com­ple­ta­mente di­fe­rente!». Assim foi, tendo mi­lhares de pes­soas por ali pas­sado per­cor­rendo a his­tória de 60 anos do PCP.

De­pois da ex­po­sição, e já como Pa­vi­lhão Carlos Lopes, o PCP con­ti­nuou a marcar pre­sença neste es­paço com im­por­tantes ini­ci­a­tivas po­lí­ticas em di­versos mo­mentos da vida do Par­tido. Se con­si­de­rarmos apenas co­mí­cios de ani­ver­sário do Par­tido re­a­li­zados na­quele local nos úl­timos anos do sé­culo XX e nos pri­meiros do sé­culo XXI, ali de­cor­reram as co­me­mo­ra­ções dos 73, 75, 76, 77, 78, 79 e 82 anos do PCP, cuja vida de­di­cada à eman­ci­pação so­cial dos tra­ba­lha­dores e ao pro­jecto de cons­trução de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­rados nem ex­plo­ra­dores – o So­ci­a­lismo e o Co­mu­nismo, ali vol­tamos a fes­tejar os 99 anos do PCP com os olhos postos no fu­turo.