Semear futuro por terras de Cuba, Vidigueira, Beja e Serpa
CRESCER «Lançamos sementes. Sementes de esperança e de confiança. Sementes que hão-de germinar neste Portugal que é de Abril, neste Portugal de futuro», afirmou João Ferreira, sexta-feira, 15, em Serpa.
CDU é a única força que se bate em defesa da pequena e média agricultura
Sob fortes aplausos e com a sala de pé, o primeiro candidato da lista CDU finalizava assim a sua intervenção no jantar realizado naquele concelho da Margem Esquerda do Guadiana, última etapa da passagem naquele dia da caravana CDU pelo Baixo Alentejo.
Depois da excelente recepção pela manhã nas acções e contactos na Vidigueira e em Cuba (ver em baixo), da entusiástica e muito participada arruada pelo centro histórico de Beja (que desembocou num comício presidido pelo mandatário distrital Bernardo Loff e onde interveio também o candidato Tiago Aldeias), só poderia ser, pois, de forte confiança a tónica que perpassou o discurso do cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu e que foi, de resto, de forma notória, partilhada pelas 250 pessoas presentes no amplo salão polivalente de Serpa (salão do espaço da feira).
Na mesa, presidida pelo mandatário concelhio João Efigénio, além dos candidatos, encontravam-se dirigentes locais, regionais e nacionais das forças que integram a CDU, entre os quais João Pauzinho, do CC, e João Dias Coelho, da Comissão Política do PCP, bem como o presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires.
Este foi, aliás, o primeiro orador da noite e não perdeu o ensejo para chamar a atenção para a «importância destas eleições», sublinhando que «tudo o que se decide em Bruxelas tem impacto nas nossas vidas e no Alentejo», como mostra a política agrícola comum (PAC) e suas consequências no nosso País.
Da pesada factura que recai sobre o nosso povo e o País fruto das políticas da UE falou também o candidato João Dias, assinalando como esses efeitos se sentem nos mais variados domínios, desde a destruição do aparelho produtivo à «acentuação da desigualdade entre territórios».
Criar ricos e não riqueza
Também João Ferreira dedicou boa parte da sua intervenção à questão da produção nacional e muito em particular à agricultura, questionando-se sobre para quem é o «sucesso» que alguns alardoam com o amendoal intensivo e super-intensivo, «beneficiando do grande investimento público que é o Alqueva» .
«Para os trabalhadores que trazem de países longínquos para pagarem salários de miséria? Para as populações que têm que viver paredes meias com doses brutais de pesticidas lançados sobre as povoações? Ou para as terras que são sobre-exploradas e quando o olival deixar de produzir não se sabe se darão para mais alguma cultura?», inquiriu João Ferreira, antes de formular outra pergunta: «É este o modelo de produção que queremos que predomine na paisagem alentejana?»
A resposta deu-a ainda o candidato esclarecendo que, para a CDU, o «aumento e diversificação da produção nacional, também na agricultura, deve ser compatível com a defesa do ambiente e a salvaguarda dos recursos naturais, com a promoção e a elevação da qualidade de vida das populações, com o direito a uma vida sadia».
Depois de passar em revista o balanço negro dos impactos de três décadas da PAC, e de lembrar o que foi possível alcançar nestes três anos em favor da pequena agricultura pela acção da CDU, João Ferreira, abordando a questão da reforma da PAC que estará em debate nos próximos anos, desafiou os vários partidos a esclarecerem - «agora, antes das eleições e não depois», frisou – se estão disponíveis para apoiar medidas preconizadas pela CDU em favor da pequena e média agricultura ou se «continuarão a apoiar reformas da PAC destrutivas para a agricultura e para a produção nacional».
Recepções calorosas dão força e confiança
Na sua passagem pelo concelho de Cuba, João Ferreira deixou um forte apelo ao contributo de todos os apoiantes, simpatizantes e activistas «para levar mais longe a mensagem da CDU».
«Façam viver isto para lá destas paredes», foi o desafio que lançou no almoço às mais de cem pessoas que encheram o salão da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro e a quem transmitiu que ele próprio sairia dali «com mais energia e confiança».
E tinha razões para esse estado de espírito face ao acolhimento caloroso e às manifestações de simpatia e incentivo que recebeu dos presentes, quer à chegada da comitiva quer ao longo da sua intervenção.
Apreço que foi sobretudo de reconhecimento pelo trabalho distintivo, seu e dos restantes deputados da CDU, no mandato que terminou no Parlamento Europeu, como de resto foi sublinho em breves intervenções do mandatário concelhio, João Palma, e do presidente da autarquia, João Português, presentes na mesa que presidiu ao acto.
João Ferreira falou da necessidade que o Alentejo e o País têm de investimentos, que construam as infra-estruturas necessárias e reponham o desgaste e a degradação das infra-estrutruras existentes. É o caso, exemplificou, da não electrificação da linha de Beja/Casa Branca ou da inexistência de ligação Beja/Funcheira (Algarve).
A necessidade de produzir mais, de modificar políticas (como a PAC), de aproveitar melhor os recursos - «cultivar mais e melhor», realçou –, foi outro tópico desenvolvido por João Ferreira, que defendeu que esse aumento da produção deve ser acompanhado pela preocupação da salvaguarda ambiental.
Matéria que fora já abordada pela manhã na visita à Vidigueira, concelho por onde iniciou este périplo pelo Alentejo. Sempre acompanhado pelo presidente, Rui Raposo, e por outros eleitos, esta foi uma oportunidade para contactar com trabalhadores da Câmara Municipal em vários dos seus serviços, a quem distribuiu um folheto destinado, como João Ferreira disse em várias ocasiões, a «conhecerem os candidatos do distrito, os apoiantes e outras boas razões para votar na CDU».