Dar força à voz que se faz ouvir em defesa do povo e do País
Espinho foi palco, na passada sexta-feira, 17, de um vibrante comício da CDU, no qual intervieram Jerónimo de Sousa e os candidatos ao Parlamento Europeu Mariana Silva e Francisco Gonçalves. Para o ambiente de festa que ali se viveu muito contribuiu Minda Araújo e a sua música tradicional portuguesa.
O Secretário-geral do PCP, na sua intervenção, acusou PS, PSD e CDS de não discutirem o que realmente interessa na campanha eleitoral, fugindo de abordar os impactos no País das políticas da União Europeia e as responsabilidades que partilham na sua implementação. Preferem, por isso, desviar as atenções para picardias, para ataques pessoais, para a «política-espectáculo».
A convergência daqueles três partidos constitui mesmo, para o dirigente comunista, a razão pela qual não se foi mais longe no processo de defesa, reposição e conquista de direitos. Esta convergência é inegável em questões estruturantes como a submissão aos interesses do grande capital e às imposições da União Europeia e do euro, a utilização de dinheiro público para «tapar os buracos das fraudes e da corrupção e especulação financeira» (já lá vão 17 mil milhões) ou o agravamento da legislação laboral.
Antes, o candidato Francisco Gonçalves tinha já lembrado os impactos brutais da integração do País na União Europeia ao nível dos sectores produtivos. Desde 1986, data de entrada na então CEE, Portugal viu desaparecerem 700 mil explorações agrícolas, a indústria recuar de 27 para 13 por cento o seu peso no PIB nacional e metade da frota pesqueira a ser desmantelada, ou seja, 10145 embarcações. «É a UE das potências que tem vigorado», acusou, alertando para a «submissão das economias periféricas, como Portugal».
Mariana Silva, por seu lado, realçou a necessidade de reforçar «a voz da CDU, porque foi a única que nunca se calou na defesa dos portugueses e de Portugal». Da parte da coligação PCP-PEV, realçou, «sabemos bem o caminho que queremos»: uma Europa de países soberanos e iguais, da paz e não «das guerras e da miséria, que levam milhares a procurar abrigo na UE e que são recebidos com arame farpado em autênticos campos de concentração».