Lutar para um rumo certo para a Europa e o País
ALGARVE O primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu rumou, quinta-feira, 16, ao Algarve, terra do sol e do mar, mas também de abandono dos sectores produtivos, sazonalidade e precariedade.
Levar mais longe o trabalho da CDU
A primeira paragem aconteceu em Portimão, no Mercado Municipal. Acompanhado durante todo o dia por Rui Ribeiro, também ele candidato, João Ferreira falou, no final, do sector da pesca, mais concretamente da frota do cerco.
A pesca da sardinha está, desde Setembro, interdita aos pescadores portugueses, proibição que se vai manter até 3 de Junho. Este sector «não conseguirá manter-se sem medidas que permitam fazer face às dificuldades criadas por anos sucessivos de paragem de pesca da sardinha, durante vários meses e com quotas de pesca muito abaixo do necessário», alertou, informando que foi por iniciativa do PCP que se introduziram «as alterações necessárias para poder haver apoios às paragens biológicas». Ainda a este respeito, o candidato salientou que «nenhum país desenvolve o seu sector pesqueiro sem uma capacidade científica e técnica própria».
Por último, reclamou a «alteração dos regulamentos comunitários», «apoio à modernização da frota pesqueira» e a «valorização de outras espécies de pescado», como o carapau e a cavala.
Evitar novas tragédias
O périplo dos candidatos prosseguiu por Silves, com uma arruada no coração da cidade. Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal, eleita nas listas da Coligação PCP-PEV, marcou presença na acção de massas, com os activistas e eleitos nas autarquias a gritaram bem alto «A CDU avança, com toda a confiança».
Abordadas foram as consequências e o impacto dos fogos florestais. «Tinha razão o PCP e a CDU, quando os nossos deputados, ainda antes do Verão de 2018, reuniram com as corporações de bombeiros de Monchique, Silves e Aljezur. A preocupação era grande e os riscos conhecidos. Quinze anos depois do grande incêndio de 2003 estavam reunidas as condições para uma nova tragédia. E a vida veio dar razão à CDU», apontou, assinalando que «80 por cento da área ardida em 2018 é coincidente com a área ardida em 2003». «Sem uma alteração estrutural nas políticas seguidas, daqui por 15 anos, se não for antes, voltaremos a assistir à impiedosa voragem das chamas», previu.
Naquela região onde predomina o sector do turismo e a precariedade laboral, João Ferreira voltou a reclamar o aumento dos salários, fixando a curto prazo o salário mínimo nacional nos 850 euros, «objectivo pelo qual vale a pena lutar».
Desafio ao PS, PSD e CDS
O dia de campanha terminou com um comício em Faro, com várias centenas de pessoas. Naquela acção, o primeiro candidato da CDU alertou para as consequências da actual proposta de quadro financeiro plurianual que contempla um corte de sete por cento nos fundos para Portugal. Desafiou por isso PS, PSD e CDS a dizerem «como é que vão votar o próximo Orçamento» e questionou se «o Governo usará o seu poder de veto para impedir o terceiro corte sucessivo que tanto está a prejudicar Portugal».
A terminar, manifestou confiança num «grande resultado da CDU» para «defender Portugal e o povo português».