Entrega da manutenção da EMEF é séria ameça

O PCP considera que a venda da unidade de negócio de manutenção de vagões da EMEF, que opera nos parques oficinais localizados no Entroncamento, a uma empresa de uma multinacional do sector lesa gravemente a ferrovia nacional.

Em comunicado divulgado dia 15 pelo seu gabinete de imprensa, o Partido nota que «essa venda representa na prática a privatização desta unidade de negócios e a sua entrega a uma empresa detida pela multinacional Suíça MSC», e critica esta decisão do Governo PS, a qual «aponta no caminho da liquidação e pulverização do sector ferroviário nacional, quando aquilo que se exigia era a inversão desse rumo, rompendo com opções que há décadas pesam sobre o caminho-de-ferro.

«A multinacional Suíça, a quem já havia sido oferecida a CP Carga, com todo o seu material circulante motor e rebocado, incluindo milhares de vagões, recebe agora as instalações e equipamentos necessários à manutenção desse material. Dá-se assim mais um passo no processo de descapitalização da CP e de desmembramento da EMEF». Passo, sublinha-se ainda no texto, justificado com a «necessidade de satisfazer os critérios impostos pelo Tribunal de Contas para a contratualização entre a CP e a EMEF».

Contudo, tal «ilude duas questões», realça ainda o Partido, designadamente que «a reintegração da EMEF na CP, que o PCP há muito defende, preencheria esses critérios», e que «esses mesmos critérios existem porque foram deliberadamente produzidos por sucessivos governos e pela União Europeia».

Dito de outro modo, «perante um problema criado pela oferta do material circulante da CP à CP Carga e à Medway, que colocou a EMEF a realizar mais de 20por cento do seu trabalho para clientes exteriores à CP (ultrapassando os limites impostos), e que passou a exigir concurso público para a contratualização entre a CP e a EMEF, o Governo decide que a solução é a entrega da restante manutenção ferroviária à multinacional», afirma-se ainda na nota em que se acusa o executivo liderado por António Costa de permanecer «amarrado a imposições comunitárias, submisso aos interesses dos grandes grupos económicos», e, assim, continuar «cego às causas da desastrosa situação a que a política de direita está a conduzir a ferrovia nacional».

«O PCP lamenta ainda a forma completamente ilegal e anti-democrática como o processo foi conduzido, negando às Organizações Representativas dos Trabalhadores e à própria Assembleia da República o conhecimento das matérias concretas desta reestruturação. A título de exemplo, o Governo continua sem responder ao requerimento do grupo parlamentar do PCP para que fosse enviado à AR o conjunto de estudos e decisões preliminares tomadas pela CP e pela EMEF há um ano», denuncia também o PCP, que, «ao mesmo tempo que apela à luta dos trabalhadores contra esta privatização, sublinha a urgência de uma outra política para a ferrovia».

«Uma política patriótica e de esquerda que rompa com o caminho de destruição e avance para a reconstrução de um sector ferroviário uno, nacional e público, ligado ao aparelho produtivo nacional e capaz de satisfazer as necessidades de mobilidade das populações e da economia e de desenvolvimento do País», precisa-se.




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