José Dias Coelho foi assassinado há 57 anos
O PCP assinalou o quinquagésimo sétimo aniversário do assassinato do militante comunista José Dias Coelho. Na iniciativa ocorrida na manhã de sábado, 15, no Largo do Calvário, em Lisboa, depois de um momento cultural protagonizado por Pedro Salvador, interveio João Frazão, da Comissão Política.
«O facto de estarmos aqui a homenagear um dos homens que deram tudo de si para que pudéssemos saber qual a cor da liberdade, revela bem a têmpera de que é feito este Partido que tem como heróis militantes como José Dias Coelho», começou por referir aquele membro dos organismos executivos do Comité Central.
Lembrando as palavras do presidente do PSD, Rui Rio, que recentemente considerou que os portugueses tiveram «a sorte» de não viver sob um regime fascista, mas tão somente sob uma «ditadura de direita», João Frazão sublinhou que «estamos aqui para lhe lembrar, e a quem vier, que ainda que ele e outros possam ter tido “sorte”, em Portugal, durante 48 anos, viveu-se um tenebroso e criminoso regime fascista. Não apenas porque assim se afirmasse, mas porque tinha um partido único fascista, uma constituição fascista, uma polícia política fascista, prisões e campos de concentração fascistas, uma política corporativa fascista, uma carta do trabalho fascista, organizações fascistas. E também porque perseguia, prendia, torturava e matava quem se lhe opunha e em primeiro lugar os comunistas. O grito que a morte de Dias Coelho ainda hoje ecoa, é um libelo acusatório ao fascismo».
Exemplo
«Aqui estamos lembrando José Dias Coelho e o seu brilhante percurso antifascista», prosseguiu João Frazão, para quem, «num tempo em que o imperialismo afia as garras e em que novas vagas de populismo e de forças fascistas e fascizantes não só ganham força como se instalam em governos, é preciso, é imperioso, levantar bem alto a bandeira da luta pela paz e contra o imperialismo».
Mas é igualmente necessário «levantar bem alto a bandeira do nosso projecto, para a qual Dias Coelho deu tão relevantes contributos», e «levantar a bandeira do reforço do Partido, de que José Dias Coelho foi um dos mais nobres obreiros».
«Haverá lá melhor homenagem a quem deu a própria vida à luta do nosso povo, do que garantir que este Partido continua forte e reforçado?», disse ainda o dirigente comunista, que concluiu realçando que «José Dias Coelho sonhou e quis construir um País novo», por isso, «perante a sua memória e exemplo, renovamos o nosso compromisso de combate pelos valores de Abril no futuro de Portugal, pelo Socialismo, pelo Comunismo – luta na qual até os mortes vão ao nosso lado».
José Dias Coelho foi assassinado aos 38 anos de idade no dia 19 de Dezembro de 1961 na Rua dos Lusíadas em Alcântara, Lisboa, por uma brigada de cinco agentes da PIDE, que primeiro dispararam um tiro à queima-roupa e, depois, dispararam um outro quando o funcionário clandestino e artista plástico já se encontrava no chão, segundo relatou o Avante! em Janeiro de 1962 noticiando o assassinato daquele militante comunista.