O Secretário-geral do Partido começou a sua intervenção realçando que «todos os reformados e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações e do sistema público de Segurança Social acabaram de receber, depois de vários anos, o Subsídio de Natal por inteiro». Para Jerónimo de Sousa, esta é uma vitória para a qual o PCP se orgulha de ter contribuído «com a sua acção e iniciativa», ele que desde sempre se opôs à pretensão dos que, como o anterior governo PSD/CDS, quiseram liquidar esse direito alcançado com a Revolução de Abril.

A suspensão dos subsídios de férias e de Natal, primeiro, e o pagamento do segundo distribuído pelos 12 meses do ano, depois, foram tentativas de acabar com estes direitos, acrescentou o dirigente do PCP. O pagamento em duodécimos visou ainda «ocultar e disfarçar a dimensão dos cortes nos rendimentos dos reformados e pensionistas entre 2011 e 2015», criando dificuldades acrescidas à percepção por parte de muitos reformados e pensionistas do valor real das suas pensões mensais. «Acabaram derrotados», congratulou-se.

O Secretário-geral comunista realçou ainda que a reposição do pagamento integral do subsídio de Natal reflecte com «mais nitidez a reposição do poder de compra perdido entre 2010 e 2015», pois o montante agora recebido incorpora o aumento geral das pensões registado em Janeiro último e os aumentos extraordinários de Agosto de 2017 e 2018. Esta vitória é indissociável da derrota de PSD e CDS nas eleições de 2015 e, com eles, do seu projecto de cortar mais 600 milhões em pensões e apoios sociais.

Avanços dão força à luta

Nas duas intervenções de Jerónimo de Sousa, a abrir e a fechar a sessão, como na de Fernanda Mateus, da Comissão Política, e de alguns participantes, falou-se de muito mais do que a reposição do pagamento integral do subsídio de Natal. Em destaque estiveram ainda os aumentos extraordinários das pensões, as reformas antecipadas, as longas carreiras contributivas, as ofensivas contra o sistema público de Segurança Social e as posições de cada um dos partidos relativamente a estas matérias.

A luta foi também assunto recorrente, com a reafirmação do seu papel decisivo tanto para a derrota do anterior governo como para a reposição de direitos que actualmente se verifica. Para Jerónimo de Sousa, os avanços alcançados constituem mesmo um estímulo para o prosseguimento e intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, como prova, aliás, o intenso movimento reivindicativo que hoje se verifica um pouco por todo o País.