Mora não pode ficar sem CTT
«Apesar da luta da população e das autarquias, que o PCP saúda, não foi possível travar, para já, o encerramento dos Correios. Todavia, importa sublinhar que a criminosa privatização levada a cabo pelo PSD/CDS, a que o Governo minoritário do PS se recusa a pôr termo, não é nem pode ser irreversível. Para o PCP, o interesse nacional e do povo português está sempre acima das conveniências gananciosas e especulativas dos grupos económicos, cuja única preocupação é a distribuição de chorudos dividendos pelos seus accionistas, como se verifica actualmente nos CTT», afirma a Comissão Concelhia de Mora do PCP.
Em comunicado divulgado dia 7 de Novembro, a estrutura partidária admite que o fecho do serviço postal na vila alentejana, concretizado a 26 de Outubro, representa um «duro golpe nos legítimos interesses da população». Mas sublinha que «a luta não acaba aqui» e, «além das várias iniciativas já tomadas, designadamente no plano parlamentar, reafirma a possibilidade de reabertura dos correios em Mora».
«Vamos exigir ao Governo do PS coerência entre o discurso e a prática governativa», revela a organização comunista alentejana, nomeadamente exigindo a tradução do propagandeado «interesse pelo desenvolvimento do interior», o qual, salienta, «só fará sentido quando se colocar termo à destruição do serviço postal, ao abandono das populações, à destruição de instrumentos de coesão territorial e social ».
No texto, a Comissão Concelhia do PCP manifesta ainda «a sua solidariedade com a corajosa decisão da Junta de Freguesia de Mora que, resistindo a opções populistas, colocou os interesses da população de Mora acima de quaisquer outros», e por isso recusou assumir responsabilidades no serviço postal, as quais, na prática, significavam «colocar ao serviço do capital financeiro recursos e dinheiro que são do povo», conclui-se.