Jerónimo de Sousa defende pais e crianças com direitos
Na deslocação efectuada no âmbito da campanha que o PCP tem em curso sob o lema «Crianças e pais com direitos, Portugal com futuro», Jerónimo de Sousa inteirou-se de um projecto integralmente público, no qual a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo tem particulares responsabilidades, e o qual classificou de «extraordinário». Isto porque, explicou, a Oficina da Criança é «um espaço em que as crianças podem aprender, brincar, experimentar» com «autonomia».
Ora, prosseguiu o Secretário-geral do Partido em declarações aos jornalistas que acompanharam a comitiva comunista, a importância e exemplo da Oficina da Criança são tanto mais notáveis quanto se sabe que em resultado do crescimento da precariedade laboral, os pais enfrentam crescentes dificuldades para encontrar um lugar onde os seus filhos fiquem confortáveis e com um projecto educativo adequado, aludiu.
A Oficina da Criança nasceu naquele município de gestão CDU nos anos 80 do século passado, tendo-se consolidado como realidade única e inovadora na ocupação dos tempos livres. Em articulação estreita com as escolas básicas do 1.º Ciclo e jardins de infância e sob o lema «Sonhar, Crescer, Aprender e Criar», ali as crianças acedem a actividades lúdicas e de animação, sendo estimuladas para a criação e fruição artística, estruturação da personalidade e assimilação dos mais profundos e sadios valores da solidariedade e do humanismo.
Mais e melhor
Já questionado sobre a abertura do ano lectivo, Jerónimo de Sousa sublinhou entre os aspectos negativos que sempre emergem nesta fase inicial, «a falta de técnicos e auxiliares», situação que motivou que «dezenas de escolas não tenham aberto portas» e cuja culpa atribuiu ao Governo.
«Não cumpriu esse compromisso», insistiu Jerónimo de Sousa, antes de lembrar que «no momento em que se discute a transferência de competências [da Administração Central para as autarquias]», resulta claro que o objectivo [do executivo minoritário do PS] é mandar para as câmaras responsabilidades suas.
O PCP desenvolve a campanha «Crianças e pais com direitos, Portugal com futuro» e, nesse âmbito, editou um folheto em que, além de valorizar os avanços já alcançados na gratuitidade dos manuais escolares e de assegurar que no Orçamento do Estado para 2019 vai continuar a propor a extensão desta medida para todos os alunos da escolaridade obrigatória (até ao 12.º ano), sublinha o alargamento do acesso ao abono de família e o aumento dos seus montantes nos últimos anos, defendendo, além do mais, a sua universalização.
Entre as outras propostas pelas quais o Partido se vai continuar a bater para melhorar a vida de pais e crianças, estão o aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional para 650 euros já em Janeiro de 2019, o combate às diversas expressões de precariedade laboral e a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, o alargamento das licenças de maternidade e paternidade e de acompanhamento das crianças em caso de doença, a criação de um plano nacional de ocupação dos tempos livres e de uma rede pública de creches, a efectivação dos direitos ao transporte e à mobilidade e à Saúde.