Um quarto da população em risco de pobreza e exclusão
CAUSAS Até domingo, 22, o Movimento Erradicar a Pobreza está a promover um conjunto de iniciativas, de Norte a Sul do País, passando pela Região Autónoma da Madeira, alertando para as causas da pobreza e a necessidade de as combater.
Momento alto de alerta para a consciencialização de todos
LUSA
As iniciativas iniciaram-se no dia 17, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Na cidade do Porto realizou-se uma acção pública na Estação da Trindade, durante todo o dia.
Com base nos últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, que apontam para dois milhões e 600 mil portugueses em risco de pobreza e exclusão social, o Movimento Erradicar a Pobreza apela «a que ninguém fique indiferente e tome posição contra este flagelo».
«Quando o relatório das Nações Unidas nos diz que em 2016 a fome atingiu 815 milhões de pessoas, o que representa mais de 38 milhões do que em 2015, não podemos deixar de denunciar que quando a produção mundial de bens atinge os maiores valores de sempre, a fome alastra a cada vez maiores camadas da população mundial, evidenciando o agravamento das injustiças sociais», refere o Movimento.
O Relatório da Comissão Europeia para o Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão afirma, por seu lado, que, nos seus 28 países, 8,5 por cento da população não tem condições para garantir uma refeição diária.
Realidade estrutural
Em Portugal, ter trabalho não garante uma vida digna. Segundo dados oficiais, quase 11 por cento dos trabalhadores encontram-se no limiar da pobreza. A faixa da população mais atingida é a das crianças (dos 0 aos 17 anos), o que põe em risco o futuro do País.
«Não podemos limitar a abordagem da pobreza a uma prática assistencialista e a medidas imediatistas que, dando respostas indispensáveis a necessidades imediatas, não contribuem para a sua erradicação», acentua, em nota de imprensa, o Movimento Erradicar a Pobreza.