A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) e o Museu do Aljube promoveram, dia 11, uma sessão de homenagem a Alexandre Cabral, por ocasião do centenário do seu nascimento.

Escritor novelista, investigador e militante antifascista, Alexandre Cabral por três vezes (em 1952, 1963 e 1964) conheceu os cárceres do Aljube, tendo deixado um vivo relato desse tempo de prisão na obra «Memórias de um Resistente» (1970).

A sessão, no museu, com sala cheia, contou com a projecção de um filme com depoimentos de Alexandre Cabral sobre a criação da Sociedade Portuguesa de Escritores e o seu último encontro com Soeiro Pereira Gomes. Contou, também, com o testemunho de Aguinaldo dos Santos Cabral, filho do homenageado, com a leitura de textos de «Memórias de um resistente», pelo actor Fernando Tavares Marques, e com uma evocação do escritor e resistente antifascista feita por Modesto Navarro.

Político e militante
Aguinaldo Cabral lembrou o percurso político e militante do homenageado, tendo destacado a sua adesão muito jovem ao PCP, o apoio às candidaturas à presidência de Arlindo Vicente e Humberto Delgado (1958), a participação nas Comissões de Escritores de apoio à CDE (1969 e 1973) e na Comissão Nacional Promotora do II Congresso de Aveiro (1969).

Depois da Revolução de Abril, Alexandre Cabral foi membro de várias associações de amizade, com Cuba, Checoslováquia, RDA, Bulgária, e assinou convénios, como presidente da direcção da Associação de Amizade Portugal-Cuba, com o Instituto Cubano de Amistad com os Pueblos (1975 e 1982).