Sem funções na MEO
Na MEO (Grupo PT), além dos trabalhadores afectos às «USP», há outros que ainda se encontram nas suas direcções mas também não têm funções atribuídas, situação que em alguns casos dura há vários anos.
Os trabalhadores e as suas estruturas expressam justos protestos
A chamar a atenção para o problema das muitas dezenas de trabalhadores da MEO (designação que integrou a PT Comunicações, há cerca de dois anos, juntando os serviços de televisão, internet, telefone da rede fixa e telemóvel), ocorreram durante a semana passada, no exterior das instalações na Rua Tenente Valadim, no Porto, concentrações durante a hora de almoço, promovidas pelo Sinttav/CGTP-IN.
O sindicato, num comunicado que a Lusa citou ao dar a notícia dos protestos, afirma que ali há mais de 50 trabalhadores, oriundos de diferentes departamentos e locais de trabalho, a quem foram retiradas funções, depois de terem recusado propostas de rescisão «por mútuo acordo». A nível nacional, serão mais de duzentos.
Há algumas semanas, o SNTCT, reagindo a uma entrevista do presidente executivo da MEO, tinha destacado este problema, na caracterização da situação laboral na empresa.
O sindicato da Fectrans/CGTP-IN, num comunicado de 22 de Dezembro, afirmava que tem havido «constantes reestruturações, com o fim de afectar trabalhadores à chamada internalização ou insourcing, que conduzem à mobilidade geográfica e funcional, alguma de índole legal discutível, ou à afectação às USP, Unidades de Suporte, nome pomposo descoberto por algum “criativo”, mas que se resume a um departamento, dependente da Direcção de Recursos Humanos, que agrega aqueles que foram considerados “persona non grata” e se encontram sem funções». «Há trabalhadores que há anos se encontram naquela situação e certamente outros haverá que, não se encontrando afectos a USP, se encontram ainda nas suas direcções sem funções atribuídas», acrescentava-se no comunicado.
O SNTCT apontou ainda a realização de «centenas de entrevistas a trabalhadores, com convite para rescisão por mútuo acordo, com propostas financeiras e complementares (sem subsídio de desemprego e alguns sem PT ACS [sistema complementar de saúde]) inaceitáveis para quem sabe fazer contas e quer prevenir o seu futuro».
Para além do «congelamento salarial para a maioria dos trabalhadores da MEO», o sindicato recordou que houve «iniciativas unilaterais e polémicas, desenvolvidas pela empresa contra os trabalhadores», como «a pioria do regime de ajudas de custo, o processo do pagamento do subsídio de refeição através da imposição do cartão-refeição e a perda parcial dos benefícios de telecomunicações».