O Parlamento aprovou, dia 12 de Fevereiro, o projecto de resolução do PCP que recomenda ao Governo a construção urgente da Escola Secundária da Quinta do Conde, concelho de Sesimbra. Diplomas similares do PEV, PS e BE obtiveram igual aprovação de todas as bancadas, à excepção do PSD e CDS, que se abstiveram. Estes, por outra parte, viram chumbados textos da sua autoria sobre a mesma matéria. Para a deputada comunista Paula Santos, que reagia às iniciativas legislativas daqueles dois partidos, qualquer delas estava impregnada de uma «enorme hipocrisia», porquanto, frisou, enquanto estiveram no governo a única coisa que fizeram foi «suspender o processo que estava em curso» de construção desta Escola Secundária, travando assim a concretização da que é uma aspiração da população daquela freguesia, que vem de há muito, e que «com o passar do tempo se tornou cada vez mais necessária», como assinalou a parlamentar do PCP.

Dando a conhecer o balanço de uma recente visita por si efectuada a escolas do concelho de Sesimbra, revelou ter sido confrontada com o «reflexo das políticas de desinvestimento na Escola Pública e na Educação».

Pormenorizando o tipo de carências e problemas identificados, falou da reabilitação dos edifícios que está por fazer, ou da sobrelotação em que se encontram as escolas. E a explicação para estes factos está no insuficiente investimento dos governos em equipamentos escolares que pudessem, neste caso, acompanhar o crescimento da freguesia e fazer face às necessidades da sua população escolar.

É que neste momento, como foi dito, só uma escola oferece o Ensino Secundário (cerca de 400 estudantes), o que implica que muitos alunos sejam obrigados a ter de se deslocar para concelhos vizinhos.

Paula Santos lembrou ainda que a Educação é um direito, um investimento, e por isso qualquer garantia de uma escola de qualidade a estes estudantes é uma forma de abrir caminho para que possam ter o «maior sucesso possível nas suas vidas».

A merecer a aprovação recente do Parlamento esteve também um outro projecto de resolução do PCP relacionado com a freguesia da Quinta do Conde, este focado no preenchimento de uma outra necessidade igualmente sentida pela população: a construção de um lar de idosos.

De acordo com os Censos de 2011, nos dez anos anteriores registou-se na freguesia um crescimento superior a 60 por cento no grupo etário com mais de 65 anos (passou de 1781 habitantes para 2997 habitantes), correspondente a 11,7 por cento da população.

Numa freguesia onde há apenas lares de idosos privados, com valores mensais incomportáveis para os rendimentos da maioria das famílias, torna-se pois evidente a importância e alcance de construir um novo lar, como preconiza o PCP no seu diploma.