Proposta com soluções
Centenas de pessoas participaram quinta-feira, 20, na Figueira da Foz, num comício com Jerónimo de Sousa onde foi apresentada a lista da CDU pelo círculo eleitoral de Coimbra.
A luta de classes é o caldeirão em que se cozinham as vidas
No distrito de Coimbra, a lista da CDU é composta por Manuel Pires da Rocha (53 anos, professor de violino), Jorge Seabra (69 anos, médico ortopedista), Adelaide Gonçalves (57 anos, empregada de escritório), Paulo Coelho (44 anos, técnico de emergência), Sérgio Branco (38 anos, professor universitário e investigador da Universidade de Coimbra), Celeste Duarte (56 anos, professora), Alfredo Campos (35 anos, sociólogo e bolseiro de doutoramento), Ana Jorge (22 anos, estudantes da ESEC), António Baião (52 anos, empregado de balcão), Fátima Pinhão (59 anos, educadora de infância), Cristina Janicas (52 anos, professora e actriz), Aníbal Martins (30 anos, operário), Ana Grade (39 anos, industrial) e Isabel Magalhães (61 anos, engenheira agrónoma).
Manuel Pires da Rocha, cabeça de lista da Coligação PCP-PEV por aquele distrito, começou por afirmar que «esta terra precisa de deputados que levem ao Parlamento as razões dos eleitores, do mesmo modo que precisa que os eleitores reconheçam aqueles que transportam as suas razões – e que reconhecendo-os saibam elegê-los».
«Não vale a pena acusar os deputados, os ministros, os autarcas de serem todos iguais se se passa a vida a votar sempre nos mesmos dois, PS e PSD (com ou sem o CDS a tiracolo), que têm afundado Portugal e os portugueses numa paisagem de abandono – da agricultura à economia do mar, da indústria ao comércio, do emprego à aposentação, da saúde à educação e à cultura», salientou.
Sobre os candidatos a deputados, Manuel Pires da Rocha referiu que «são homens e mulheres» que «não conhecem os problemas só de ouvir falar» e «vivem o dia-a-dia das profissões que desempenham, mas também do movimento associativo que dinamizam, do movimento sindical que dirigem e no qual se envolvem». «Esta lista tem médicos, operários, quadros técnicos, empresários, artistas, professores, reformados, estudantes», enumerou, valorizando, em particular, a ampla representatividade do sector sindical na lista da CDU, uma vez que «é tradição do movimento sindical associar sempre a defesa dos direitos dos trabalhadores à proposta de soluções para os problemas nos mais diversos sectores de actividade».
Manuel Pires da Rocha continuou afirmando que na lista da Coligação PCP-PEV «cada candidato se coloca à disposição dos eleitores, respondendo pelo seu sério e mais bem concebido programa eleitoral daqueles que são propostos à eleição de 4 de Outubro».
«Pode ser que nenhum destes nomes, nenhuma das propostas que eles transportam, venham a ser amplificados pelos meios de comunicação social. Aquele que deveria ser um direito dos cidadãos – o direito à informação – esbarra à partida nos lápis azuis da chamada imprensa de referência que continuam a escolher a CDU como alvo principal dos seus riscos censurados», acusou. «Nada nos assusta – ao longo de 48 anos de fascismo e quase 40 anos de governação de direita soubemos sempre inventar formas de discutir, de mobilizar, de envolver nas lutas os homens e mulheres, novos e velhos, que consideram que a luta de classes é o caldeirão em que se cozinha as vidas», garantiu.
Privatização da Saúde
Por seu lado, Jerónimo de Sousa afirmou que o primeiro-ministro e o seu Governo «ficarão para sempre ligados ao período mais negro da assistência na Saúde no Portugal democrático, porque a opção que fez foi a favor da privatização da Saúde e não do bem-estar e da Saúde dos portugueses».
«Ao longo dos últimos três anos, foram vários os momentos em que chamámos a atenção para o facto de muitos portugueses estarem a ser atirados para a morte antecipada, por falta de assistência médica adequada e atempada», acusou, lembrando que o PCP responsabilizou politicamente o primeiro-ministro por esta situação.
No entanto, a resposta de Passos Coelho foi sempre a mesma, tendo por diversas vezes referido que o PCP estava a fazer um aproveitamento político das mortes verificadas nas urgências hospitalares.
«Para o primeiro-ministro e para o Governo a causa de tantas mortes era o muito frio, ou o muito calor, conforme época do ano», criticou, interrogando: «Então e agora, o que diz o primeiro-ministro quando confrontado com as notícias de que morreram mais 5500 portugueses (mais 11 por cento) nos primeiros sete meses do ano, comparados com o mesmo período de 2014? O que diz quando é confrontado com a acusação da Associação de Médicos de Saúde Pública que aponta a responsabilidade aos casos nas urgências, mas principalmente à existência das taxas moderadoras e não tanto ao calor e ao frio?»